Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

PRINCÍPIOS OPERANTES DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA - TOMO V -.


A idade não é desculpa para
 a luta armada
O guerrilheiro é uma âncora jogada entre os rochedos em um mar revolto. Ele é o melhor dentre os filhos dos homens que a sociedade gerou. Ele é o começo e o fim das esperanças de uma luta libertária. Ele é como uma suave poesia no quarto escuro da repressão do estado fascista. Sem ele não há segurança no curso revolucionário, não há processo revolucionário de fato.

DA GUERRILHA AO EXÉRCITO POPULAR

Um partido que não possui pretensões de participação política dentro do processo legalista burguês, mas que intenciona ser uma vanguarda revolucionária, não pode se dar ao luxo de realizar a luta política clandestina, sem um braço armado.

Alguns comunistas de partidos legalistas, e até ditos revolucionários, se escondem por traz de sua incapacidade, ausência de tenacidade e por que não dizer, medo da revolução; a fim de justificar a separação entre a luta política-ideológica e a luta armada. As duas se completam. As duas se relacionam. Eles usam o "desculpismo dialético" para justificar na história do fracasso da tentativa da guerrilha do Araguaia. Afirmam que ainda não é hora. Por certo na visão desses senhores covardes, nunca chegará essa hora. As condições objetivas de pobreza e até de miséria em que se encontra o proletariado brasileiro, não é suficiente para esses senhores. Convém lembrar que o homem consegue desculpas para justificar qualquer coisa que abale seu fracasso ou comodismo.

A hora já está é avançada! O proletariado já esborra de indignação. Ele apenas não consegue enxergar no cenário nebuloso de sua estrada espinhosa, uma vanguarda destemida para conduzi-lo ao processo da luta superior. Se os trabalhadores ainda não tomaram o governo e o poder, não é por culpa deles, e sim por incapacidade dos ditos dirigentes comunistas que estão perdidos na estreiteza de suas tarefas economicistas cotidianas e amadoras. Limitam-se à literaturas e a teorias, mas fogem do início da prática, que é a verdadeira escola revolucionária. Não é no projeto do engenheiro que se forja o aço da espada, e sim, no fogo e nas pancadas do ferreiro.

Outro dia eu estava em debate com dois companheiros do PCdoB, online. Depois de uma breve discussão, e já não possuindo mais dialética para justificar suas teorias injustificáveis de que não há condições objetivas para uma luta armada, um deles me disse: Está bem Paulo, então temos três fuzis, e agora? O que faremos? E os outros duzentos milhões de brasileiros? Claro que depois dessa postura eu encerrei a o debate. Quanta estreiteza de visão e ausência de conhecimento do materialismo histórico desses dirigentes. Que comportamento infantil. É nesse preço que se encontra a direção comunista no pais. Não quero por má fé em suas posições enquanto comunistas, porém, duvido de suas posturas revolucionárias.

Não se pode chegar à totalidade da massa proletária empunhando um fuzil. Dentro do processo armado, apenas uma parcela se dispõe a tal façanha. A história está ai para ensinar. E até o momento da chegada a esse nível, em que a cidade e o campo estejam armados e prontos para a tomada do poder, é preciso trilhar uma estrada de preparação técnica e de formação ideológica. Por esse motivo eu insisto, é preciso começar! Um sem o outro de nada são. E o início da estrada é a formação de uma guerrilha urbana e rural. Talvez o fracasso do Araguaia tenho sido por ausência de um desses fatores.

Quanto à guerrilha urbana, essa é a melhor escola para revolucionários. Ela além de preparar e formar dirigentes, serve como braço armado na defesa dos interesses de classe; e do partido. É também importantíssima para a aquisição de recursos oriundos da expropriação da burguesia. O guerrilheiro é uma âncora jogada entre os rochedos em um mar revolto. Ele é o melhor dentre os filhos dos homens que a sociedade gerou. Ele é o começo e o fim das esperanças de uma luta libertária. Ele é como uma suave poesia no quarto escuro da repressão do estado fascista. Sem ele não há segurança no curso revolucionário, não há processo revolucionário de fato.

A formação de uma guerrilha por parte de um partido revolucionário, encerra toda e qualquer discussão no tocante ao princípio da revolução dentro do materialismo dialético. Ela é a fase superior do processo. Quanto à guerrilha rural, ela deve construir suas bases dentro de uma defesa natural. O livre acesso das forças de repressão para o embate direto pode por fim em um só golpe, um grupo de revolucionários destemidos. O Araguaia foi um exemplo. A guerrilha rural tem suas características próprias, diferente da urbana. Ela necessita de mais tempo para se fortalecer e construir estrutura, por esse motivo precisa de uma defesa natural. No caso do Brasil, o norte do pais é um ambiente propicio tendo em vista a vastidão da floresta amazônica e as dificuldades de acesso que ela impõe ao estado e seu exercito fascista. É uma escola segura de preparação de guerrilheiros.

Um exército popular precede à guerrilha
No contraponto do processo de formação das massas, o partido na cidade e no campo, com seus braços e organismos deve ir preparando o proletariado para o momento certo da tomada do poder. Os dois elos da corrente necessitam se entrelaçar a fim de avançar em conjunto para que haja um resultado de caráter e natureza positiva. No tocante ao sucesso do processo armado, podemos ver na história exemplos da Rússia, Coréia, Vietnã, Angola, Cuba, dentre outros. Nos dias de hoje as conquistas do povo colombiano com as ações das FARC é que temos de mais próximo em termos de vanguarda na forma superior de luta. Para chegarmos a uma organização armada de massa, amanhã, necessitamos dar os primeiros passos hoje. Suprimindo os erros burocráticos do curso, o sucesso da guerrilha como primeiro degrau na escada do exército popular,
é irrefutável. É indiscutível.






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