Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 26 de maio de 2013

CUBA E A BATALHA DAS IDÉIAS

Da luta armada, ao desembarque no Brasil para o dia "D"
A batalha ideológica não será decidida em Brasília, mas entre Havana e Washington. Entre Daví e Golias.

A ESTRATÉGIA E A TÁTICA

Cuba desembarcará no Brasil uma vanguarda de seis mil combatentes. Em apenas meio século, os Cubanos se tornaram um dos povos mais controversos do mundo. Decidiram ousar, decidiram vencer o mais poderoso império já constituído na face da terra. Mas como explicar a união e vitalidade social de uma nação pequena, com poucas riquezas naturais, e oprimida por um injusto embargo econômico? Ela foi conduzida a um grande atraso tecnológico, mas ainda assim, se elevou a um astronômico patamar de desenvolvimento social. Também construiu uma forte e respeitável política internacional. Muitos afirmam ter sido o Socialismo o promotor da união e desenvolvimento nacional, enquanto sistema aprovado pelas massas proletárias, dois anos após a vitória da revolução que derrubou o ditador Fulgencio Batista. Outros afirmam ser uma característica do próprio povo Cubano. De uma forma ou de outra, este povo se auto-intitula graciosamente, o mais odiado ou o mais amado do mundo. São de fato protagonistas da sociedade contemporânea mundial. Cuba continua a semear nos jardins da esperança proletária, as sementes da flor murchada, do ideal democrático soviético.

Com a estratégia revolucionária para derrubar as democracias burguesas das nações ocidentais, a nação caribenha se fez valer durante o período da guerra fria, da tática de luta armada organizando o proletariado,  a fim de substituir os regimes vigentes por democracias populares. Com o fim da guerra fria, e do apoio armado Soviético, Cuba se viu forçada a mudar sua tática, no contraponto à sua inferioridade militar aos Estados Unidos. No entanto, acabava-se a luta armada, mas a batalha ideológica entre o Socialismo e o Capitalismo  migrava para outro campo.

Dentre as vitórias relevantes podemos citar Angola e Namíbia (na áfrica), Nicarágua e Venezuela (na américa).  O forte internacionalismo humanitário, e a alta formação do seu capital humano, foram fatores decisivo para essas conquistas, em um mundo unipolar do capital predador e excludente. A cada vitória de Cuba, os EUA contra-atacavam com o enrijecimento do embargo e ameaça aos seus governos aliados, a fim de sufocar a sociedade do pais e levá-la a um colapso. Essa tática Americana fracassou. Aos poucos o governo socialista Cubano foi conquistando a simpatia do proletariado internacional e seus representantes políticos, forçando os governos a fazerem concessões que hoje já concedem um espaço, ainda que pequeno, no cenário internacional.

A mais recente vitória Cubana veio da Venezuela. Hugo Chaves comprou da França, cabos de fibra ótica ligando os dois países pelo fundo do mar do caribe, a fim de levar aos Cubanos, internet de qualidade. Devido ao embargo, Cuba só tinha acesso à rede, via satélite. Além de ser um serviço caro e de baixa qualidade, não havia a possibilidade de conectar todos os lares do país com o mundo.

Os Americanos que já foram derrotados pelas armas em Praias Girón, Cuba, agora parecem sentir  mais uma amarga derrota, no dialético campo de batalha, das idéias. O terreno do conflito? É o Brasil, o gigante do sul! As armas das tropas Cubanas? O fuzil da medicina solidária. Que em nossa nação foi substituída a muito tempo pelo fuzil da medicina mercantilista.

A despeito de todos os benefícios desse desembarque aliado em terras Brasileiras, para o proletariado, convém lembrar que do lado gerencial petista, implica um certo comportamento eleitoreiro pela proximidade das eleições no próximo ano. O que justifica a atitude da direita reacionária em uivar aos quatro ventos que esse é um acordo ideológico para garantir a reeleição de Dilma Rousseff. Sim, É ideológico! Como foi ideológico os atos do neoliberal Fernando Henrique. Ele desmontou a estrutura produtiva do governo em nome do neoliberalismo. E foi aplaudido naturalmente pela burguesia. O pensamento e a postura de um governo está relacionada, ao perfil ideológico do seu governante eleito. Dialeticamente falando, os atos governamentais serão sempre de direita, de esquerda, ou de centro. Não tem como haver isenção.

Ainda dentro deste contexto, é também uma arrogância da burguesia alinhar o Governo do PT a ideologia socialista. Na verdade o continuísmo neoliberal parece ser pauta diária dos despachos governamentais. O conservadorismo econômico alinhado pelo corte de trinta bilhões, ainda esse ano, que deveriam ser investidos em educação e saúde, acabaram indo para o bolso dos especuladores capitalistas, para o pagamento da divida pública. Podemos ainda citar a privatização de portos, aeroportos e rodovias, enfraquecimento da Petrobras com os leilões do pré-sal. Além do aprofundamento da desnacionalização da economia do país. Isso nem por perto cheira a socialismo. A burguesia está reclamando de barriga cheia. No entanto, seria presunção negar a influência do misticismo Cubana, sobre as lideranças do PT.

A vinda dos médicos na verdade não preocupa as elites por sua natureza humanitária. Ela traz preocupação sim, mas pela força na disputa da consciência do trabalhador, que é de fato a força motora da economia. É  a vitória de Cuba socialista, sobre a arrogância presunçosa da América capitalista.  Esse é o medo real de Obama e das elites Americanas. Perder o gigante do sul para Cuba é inaceitável. Por esse motivo, os aliados nacionais saem em defesa, tentando formar uma cabeça de ponte para impedir o desembarque dessa vanguarda. Dentre eles podemos citar o presidente do CFM (conselho federal de medicina), Roberto Luiz D'Ávila. Ele insiste que os médicos Cubanos passem por suas mãos para serem revalidados seus diplomas. Isso não seria nada anormal, no entanto essa estratégia burguesa já se mostra como opção para o desmonte da contra partida, na batalha ideológica que Washingtom não quer perder.

O presidente do CFM se diz preocupado: "Nós não vamos permitir que a população brasileira seja atendida por médicos desqualificados e que não tiveram a sua competência avaliada". Na verdade ele está preocupado com a quebra da reserva de mercado no país, que é ocupada pelos filhos da burguesia. Até porque dentre os erros médicos computados no Brasil, segundo a OMS, 49% são dos médicos que o Dr. Roberto Luiz qualificou.

A desembarque dos médicos, apesar de protestos dos representantes do Tio San, será de grande ajuda ao proletariado Brasileiro, desprovido de tudo o que lhes é necessário para sua dignidade. O inimigo de classe é naturalmente aético. É amoral. E não respeita valores que não sejam aqueles a que consegue impor. Em se tratando do presidente do CFM, Dr. D'Ávila, são os valores de mercado e do capital em jogo, que em sua natureza reacionária, torna-se antagônico aos valores do social. Em sua visão mercantilista e classista, é inadmissível que os filhos da labuta possam dividir o mesmo espaço com os filhos do lavor.

Cuba é o resultado qualitativo do processo elíptico da história.
Se o leitor inteligente, desembarcar dentro da contradição desse conflito intra-classe da burguesia Brasileira, vai navegar por mares confusos no interior do caos, soprado por ventos de tendências duvidosas da informação midiática.

Porém abstraindo-se, até o nível da orbita conflitual, e dentro de uma visão crítica da atual conjuntura, vai conseguir enxergar claramente que  não será a burguesia nacional a protagonista do desfecho final desse conflito. A batalha ideológica não se dará em Brasília, mas entre Havana e Washington. Entre Daví e Golias.

domingo, 19 de maio de 2013

OS TRÊS PILARES DO CAPITAL

Joaquim Barbosa. De proletário a
burugês acrítico da escravidão
RACHADOS PELA CONTRADIÇÃO

  Fico a observar atento, as ilusões do proletariado em meio aos reboliços da imprensa em torno de Joaquim Barbosa, presidente do STF. Um ex-proletário, negro, que ascendeu de casse, fazendo parte hoje da burguesia. Não parece possuir questões morais no tocante a exploração humana, e desfruta do poder sem fazer criticas relevantes as atuais conjunturas da relação de classe. Acaba de ganhar um titulo oferecido pela burguesia internacional, que o elegeu como o centésimo homem mais importante do mundo.  Na verdade ele aprecia os elogios dentro de uma simbiótica harmonia sistêmica.
   Apesar de defender o modelo chamado democrático, com eleições maquiadas para presidente, a burguesia a que ele pertence, se vê sustentada na verdade por pilares, em uma forma de triunvirato. A divisão do poder neste modelo facilita a divisão da riqueza entre os vários setores da burguesia, sem a necessidade e possibilidade de intervenção do proletariado. Assim ela pode tanto legislar, administrar, como julgar e absolver. Nele, não é admitido como referência, o mesmo modelo que é usado para definir democracia às massas.  Ao invés de sujeitar toda a liderança sistêmica no poder ao sufrágio universal, apregoado como forma legitima de democracia. Eles entre si, preferem uma votação mais reservada com a participação dos pequenos grupos.
    É o que acontece no pilar do Judiciário, quando da nomeação de juízes e desembargadores. Citando também o Supremo Tribunal. No pilar do Executivo, a nomeação de ministros e outros cargos de segundo e terceiro escalão, também fica a critério do sistema de indicação por participação de força política. O terceiro pilar, o poder Legislativo, que forma as leis de repressão, e os mecanismos que facilitam a apropriação da riqueza produzida pelos trabalhadores, não permite que o seu presidente seja levado ao sufrágio universal. Ele é indicado por forças políticas de forma menos democrática. Apenas citando um exemplo vivo do modelo ditatorial, Vimos o caso dos apelos da sociedade para que Renan Calheiros não assumisse a presidência do senado, no entanto, nessas horas, o discurso democrático fica ao largo, como prova desse vácuo de liberdade.  Ele foi enfiado goela a dentro do proletariado em meios a protestos. Parece que o sistema de indicação é fator preponderante para a vida da alegada democracia burguesa.
    A cada dia são formadas leis, mediante as necessidades da realidade e contradições sistêmicas que se apresentam, a afim de impedir a participação das massas nas decisões nacionais, jogando dentro do templo burocrático do capital, o veredito final da condição vigente.
   Tendo em vista que esse modelo faz sustentar o templo do capital Financeiro, Industrial, Agrário e Burocrático, não convém modificá-lo por aparentar uma sólida estrutura. No entanto, quando as contradições intra-classe, fazem expor feridas já em fase de supuração, os poderes entram em conflitos, defendendo os interesses que representam. É nesse momento, que os pilares antes sólidos, começam a balançar e apresentar rachaduras profundas.
    Para não atingir diretamente o sistema em um só golpe, os micro-estados que orbitam em torno do centro do poder, como por exemplo, os partidos políticos, que na verdade são mais divisões de frações de classe do que ideológicas, amortizam os impactos da critica direta ao sistema, tornando representantes do proletariado e intelectuais, tolos inocentes. É o caso do historiador Marco Antonio Villa, doutor em historia e mestre em sociologia. Ele coloca em sua critica, o centro da corrupção e na ausência da chamada democracia, no PT. ele afirma que: "O PT não gosta de democracia" e "usou o dinheiro público em esquema de corrupção". Ainda, "se aliou a burguesia nacional", "comprou a maioria no parlamento" e construiu uma "fusão do marxismo com o reacionarismo oligárquico".
    Analisemos bem a posição deste intelectual: Já deliberamos em outras considerações, que a burguesia não possui questões morais com a "democracia ou ditadura". Ela visa apenas o interesse da apropriação da riqueza produzida. Para ela não importa se é um homem ou mulher quem governa, se um ex-proletário ou banqueiro ou intelectual, não faz diferença se um partido auto-intitulado de esquerda, centro ou direita. O que importa são os acordos firmados com antecedência. Quanto ao "uso do dinheiro publico pelo PT", não foi e não é, bem como não será diferente de qualquer agremiação partidária da burguesia que se encontre administrando o governo. Quanto ao "alinhamento com a burguesia nacional" isso nunca foi segredo, até porque o partido não teria conseguido chegar ao governo sem essa aliança. Não podemos esquecer o momento da assinatura do consenso de Washington por Lula, e dos elogios dele para com a bolsa de valores. No tocante a "compra do parlamento", isso é perfeitamente natural no sistema democrático capitalista burguês. Sem esse mecanismo de corrupção não se consegue governar.
   No entanto, a despeito de toda ingenuidade do intelectual, o que mais insulta é a ausência de conhecimento histórico em sua critica, ao julgar que o PT fez uma "fusão de marxismo com a o reacionarismo oligárquico".  O mais inocente dos pesquisadores tem ciência de que o PT nunca foi marxista. O que ele teve em suas fileiras na década de oitenta, foi a adesão de correntes de pensamentos, que por sua vez sempre foram a minoria e nunca tiveram influencia decisiva no partido.
    Voltemos então as contradições do sistema. Por não atender a interesses de fração burguesa, o executivo foi levado a julgamento com a exposição de alguns de seus quadros importantes, no esquema de apropriação indevida da riqueza nacional. Joaquim Barbosa que representa uma fração de interesses, no poder judiciário, protagoniza o processo de punição. No caso expresso do pilar judicial, estão atuando em sua dinâmica, a luta dos contrários. Forças motivadas por postura ideológicas e que receberam incentivos do capital, contra forças de motivação ideológicas e sem incentivos, descontentes, tentam na contrapartida  angariar o apoio do coletivo proletário  (opinião pública), atuando com uma cortina de fumaça adornada de moral e princípios que não possuem.  A atuação dos contrários não é motivada pela ética.  Pois os fundamentos ideológicos da democracia burguesa, materializada nos pilares de suas instituições   é amoral. Elas atuam em interesse de fração de classe. Agem em direções contrarias para o julgamento da fração do pilar executivo da burguesia, em questão.
    Nesse caso, temendo perder a disputa pela absolvição dos imorais velados,  o pilar legislativo entra numa queda  de força com o judiciário, se antecipando ao sombrio cenário que possa ter o desfecho do julgamento, caso sua fração aliada no poder em questão, perca a a queda de braços. Para isso, um representante  do executivo no legislativo, criou a  PEC-33. Deputado Nazareno Fonteles (PT PI). Como garantia de vitória, ele traz para o congresso a decisão final do STF, caso a derrota da batalha seja eminente no judiciário. 
   É lógico que a fração burguesa no poder, contando com a maioria no pilar legislativo, não quer a derrocada total da fração judiciária. Se votada a PEC, e a queda de braços for ganha, em uma segunda rodada, ela seria prontamente substituída por outra, devolvendo ao perdedor, o direito natural a sua organicidade. No entanto, ela pode até nem mesmo ser votada, dependendo do acordo firmado. O que nos deixa curioso e ávidos por uma pesquisa mais avançada, é que parece haver uma inorganicidade social, na conjuntura das classes, tal qual a humana. Não fruto da religião proletária, mas resultado do movimento dialético da contradição do capital.
Os pilares da escravidão proletária 
    Lênin já nos alertava no século passado, para tomar cuidado com os adornos da democracia burguesa: "Apresentá-la como democracia em geral ou como democracia 'pura'. Falar de democracia pura, de democracia em geral, de igualdade  de liberdade, quando os operários e todos os trabalhadores estão famintos, desnudos, arruinados e torturados pela escravidão assalariada capitalista, enquanto os capitalistas e especuladores continuam possuindo a "propriedade" roubada, e a maquina 'existente' do Estado, é enganar os trabalhadores explorados". (democracia x ditadura)
    O que nos deixa contente e ao mesmo tempo decepcionado, é que essas contradições sistêmicas e conflitos da burguesia, podem elevar o nível de consciência política e visão critica dos mais ávidos dentre os proletários.  Na contra partida, não possuímos uma organização de vanguarda a altura de cooptar toda essa energia oriunda do movimento social motivada pelo desfecho do caso. No entanto, revelada a face oculta do processo em que estamos inseridos forçosamente, ficamos com a força moral da critica.  Mesmo que ainda não tenhamos a força libertaria das armas.

domingo, 12 de maio de 2013

QUANDO A EMOÇÃO SUPLANTA A RAZÃO

A ausência de um partido de vanguarda torna
o protesto vão.
GREVE E MANIFESTAÇÃO TAMBÉM É EDUCAÇÃO

   Eles não estão errados por lutarem pela melhoria de vida. Em uma sociedade capitalista, que a cada dia exige do individuo uma posição de liberdade mais acentuada, mediante a quantidade de dinheiro que ele seja capaz de ganhar, a manifestação de rua, é a unica forma de luta que resta. O que podemos colocar em questão é: Haverá limites? Se um professor ganhasse vinte mim reais, encerraria com as greves e protestos de rua? A resposta é não! Pelo simples fato de ter alcançado a liberdade substantiva, e não a igualdade social com outras categorias. O que levaria a uma nova modalidade de protestos. Uma nova motivação. A insatisfação social motivada pelo caráter de classe.
    Esta insatisfação de classe, se faz presente hoje em países que alcançaram um nível de desenvolvimento capitalista acentuado, como na Suécia por exemplo, onde não há pobreza. Um homem tem um carro na garagem, mas não se conforma porque o seu vizinho tem três. Essa contradição do sistema capitalista, não pode ser dirimida pelo desenvolvimento ou geração de riqueza, está intrínseca no processo, não de produção, mas de divisão dos bens produzidos.
   Temos dois nortes de análise para a violência estatal  que houve em São Paulo essa semana. O Estado burguês já acumulou bastante experiência na forma de lidar com manifestações e protestos. Ele também sabe, que a capacidade de luta dos profissionais é limitada. Não passa de palavras e uma ou outra ação mais acentuada, que não causa danos a estrutura politica do estado. Ele sabe que a imprensa burguesa vai sempre presar pela ordem institucional, o que ficou claro na declaração da Rede Bandeirantes, quando frisou a ação da repressão policial na Av. Paulista, como sendo uma ação para "acalmar os ânimos" dos professores. Negando de pronto o comportamento violento e repressivo do Estado. De quem é aliada.
    O segundo norte é um sindicalismo fraco. A ausência da força ideológica do passado, se faz sentir em decisões fracas da aristocracia sindical, em sua maioria, dentro de uma linha de pensamento Trotskista. A massa não confia em sua liderança, e os aristocratas sabem disso, e tornam esses momentos de agitação em balcão de negócios, para fins pessoais.
    Podemos ver ainda a ausência de solidariedade de classe entre as categorias. A imprensa faz crer que uma categoria prejudica a outra. Por exemplo, os bancários em greve, prejudicam os professores e os metalúrgicos, e vice e versa. Ora, pregar que uma categoria prejudica a outra, é politica de terrorismo com bandeira fria. Ademais, quando os professores saem as ruas em luta por seus direitos, não estão em nada prejudicando outras categorias, muito menos aos seus alunos. Estão sim, ensinando politica! Os alunos que hoje vivem a expectativa de um futuro prospero após sua juventude, logo irão se deparar com um Estado Burgues  reacionário,  e violento, que também os incriminarão.
    A categoria não está errada. Ela está emotiva e está mal dirigida! Desorientada em sua luta, ela procura em vão enfrentar um aparato burguês bem preparado e com capacidade de dissuasão. Sem um partido revolucionário em sua vanguarda, que entenda os mecanismos de luta, ela será sempre massa de manobra, e verá seus ideias e reivindicações serem vendidas por trinta moedas.
O fim da sociedade de classes será
o fim das greves e repressão.
  Um partido revolucionário, entende que a luta não se dá apenas nas ruas, com paus e pedras. Só um fuzil é capaz de enfrentar outro fuzil. Os policiais se aventuram em sua saga predadora, porque sabem que não haverá reação a altura, estão protegidos pelas armas e autorizados a usa-las quando for necessário. A história está farta desses exemplos. Se a categoria possuísse vinculo a uma vanguarda, o estado saberia ser cauteloso. Entenderia que por traz das massas reivindicatórias, haveria fileiras empunhando fuzil em sua proteção. Por certo iria preferir o dialogo ao confronto. 
    No mais, quando um Estado decide usar a força em detrimento da dialética contra a base do tecido intelectual de seu povo, foi porque ele declarou abertamente, sua natureza reacionária, e sua falência moral.

domingo, 5 de maio de 2013

A BURGUESIA PEDE PAZ

O choro infantil da burguesia
O PROLETARIADO TAMBÉM!
  A imprensa sensacionalista burguesa, deu enfase essa semana, à morte do jovem pequeno burguês, Fernando Abdala. "Aos vinte e nove anos, ele tinha um sonho." Frisou o repórter da burguesia. Ele foi vitima da violência urbana na freguesia do "O" em São Paulo. Os apelos ocupou parte de quase toda a produção jornalistica de diversas emissoras com a apresentação dramática, e legítima, de sua esposa. No mesmo período, em Porto Velho, Rondônia, outra vítima da violência urbana. Um jovem pobre da favela do JK. Samuel Costa Fernandes. Não houve repercussão pela imprensa, e sua mãe não passou em cadeia nacional. Os sonhos do garoto não foram apresentados, nem sua foto foi mostrada incessantemente a fim de promover alguma comoção. Muito menos as autoridades enfatizaram sua dor. O que o Samuel teve direito, diferentemente do Fernando, foi apenas a noticia do seu falecimento, mostrando o caráter de classe da Imprensa reacionária.
    Os apelos por justiça, e as alegações de que a violência e a marginalidade, são fruto de uma judiciário inoperante não e verdade. São mais de quinhentos mil adultos pobres, presos no Brasil, e vinte mil adolescentes. Os números por si só mostram a eficiência da justiça na punição dos excluídos. A grande maioria das prisões foi motivada  por trafico de drogas, e apenas um por cento, por crimes contra a pessoa. Desse número pode-se deduzir uma irrelevante quantidade de vítimas fatais no ato de latrocínio. 
    Que a violência urbana existe isso é um fato. No entanto, as suas causas, longe de ser a ineficiência da policia ou da justiça,  necessitam de uma investigação mais profunda, a fim de se combater a sua origem. 
    Que os tais crimes passaram a possuir um caráter violento e frio, isso também não se discute. No entanto, também não é discutido a falência moral dos valores, e muito menos do caráter de classe da democracia burguesa. Apenas se apresenta os fatos, porém suas causas e consequências são negadas ao debate social, afim de não contrariar a continuação do processo de domínio da produção. Além de infinitos motivos que se possam apresentar para se explicar a violência urbana, a luta de classes é o mais plausível. Enquanto for negado a uns o direito de ter, ao outro, sempre haverá a possibilidade de ser negado o direito de ser.
    O proletariado também pede, e quer a paz! A paz que desfruta a burguesia. A paz da boa moradia. Da residência confortável em área urbanizada. Que ela tenha três ou quatro quartos confortáveis conforme a necessidade da família. Que ela tenha um designer bonito, e todos os acessórios que a tecnologia contemporânea possibilite a família ter. Queremos também a paz da educação de qualidade para os filhos do trabalhador, e não uma brincadeira de escola. Um faz de conta que ensina e o outro que aprende. Esta filosofia deve ser combatida com investimentos sérios e com resultados qualitativos. Os filhos da labuta e do sofrimento, deve ter acesso ao conhecimento cientifico elaborado na técnica acadêmica que lhes possibilite o desenvolvimento máximo intelectual, tal qual os filhos da burguesia reacionária. A seleção social do acesso  a universidade deve acabar, esse acesso deve ser universal. Chega de reservar o mercado das melhores profissões, como a de médico por exemplo, para os filhos das elites. Desejamos ardentemente a paz da boa saúde. Uma medicina preventiva de qualidade e acesso aos melhores aparelhos de diagnósticos que hoje estão disponíveis apenas aos centros de saúde da iniciativa privada dos ricos. Os excluídos também querem a paz da universalização do emprego. Essa almejamos de coração! Que todo homem e jovem em idade correta, possa ter acesso ao trabalho com salario digno para seu sustento. Que este salario seja elaborados mediante a necessidades individual, para sua subsistência completa. Que o exercito de vinte por cento dos desempregados seja extinto, e que os cinquenta por cento da força de trabalho informal da nação, possa desaparecer e dar lugar ao trabalho regular. Aspiramos também à paz da arte, da cultura e do lazer.
A violência como fruto
da histórica exploração de classe
   Esses são predicados essenciais para a boa vida do homem e sua família. Que os filhos do proletariado possam ter acesso a música, e as artes em suas técnicas acadêmicas. Que tenham a cesso aos instrumentos diversos para tornar a sociedade plena, na liberdade do seu movimento religioso.
   A interpretação do mundo em seu movimento dialético é importante na pesquisa filosófica. No entanto, é essencial que ao descobrir suas causas e efeitos não se limite apenas ao discurso, mas em mudar a conjuntura. Isso exige sacrifícios por parte da burguesia, que não irá se propor a fazê-los. Os soviéticos terão que dar o primeiro passo a essa revolução histórica.
  No entanto, enquanto o assalto às riquezas produzidas pelo trabalhador forem direcionadas apenas aos filhos das elites dominantes, enquanto a contradição aumenta, e o antagonismo se acirra entre as classes, que chore a burguesia e seus filhos.