Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 18 de dezembro de 2011

O VALOR DE UMA ILUSÃO

O Natal da Burguesia
O NATAL DA FALSA ESPERANÇA

    Se alguém vier me dizer que o natal é uma mera festa de troca de presentes, eu diria a esta pessoa que ela está enganada. O Natal é na verdade a festa Pagã Cristã mais esperada do ano. Ele é simbolo de benevolência, alegria, fraternidade, e companheirismo. Não sei dizer quando ele começou, mas deu certo. Tornou-se parte da cultura Ocidental e invadiu o Oriente também. Menosprezar esse grande evento mundial, é pura arrogância.
   Eu digo que é uma festa Cristã em respeito aos seguidores do Nazareno, nascido no mês de março (segundo historiadores), e crucificado em um madeiro pelos Romanos, por atos de insubordinação ao sistema politico da época. Eu aceito o fato solene daqueles que o tem como libertador, assim como temos Che Guevara, um libertador mais atual, também morto pelo mesmo sistema de domínio,  vigente a milênios. Quando me refiro a uma festa Pagã, pelo culto ao Deus Tamuz (o deus sol), filho de Semíramis, é porque a ele cabe o ritual de comemoração do seu nascimento em 25 de dezembro. O simbolo desse ritual, é uma arvore natalina enfeitada com presentes em sua volta.
    Metafisica à parte, o sistema capitalista soube usar essa bela cultura para escoar o excedente de sua produção, incentivando com diversos artifícios, o consumo desmedido e até endividador do proletariado. Tornou-se obrigação moral-religiosa a participação nesta festa, sob pena de isolamento social. Nesse ponto, há de se convir que os azes do capital souberam manipular sorrateiramente as emoções do trabalhador.
    Dentre os apelos para o consumo vale de tudo. Até ir pra cama com Daniel! Famoso artista que tem como apelo a participação de mulheres em rádios para gerar audiência, para vender mais CDs do cantor, e no consumo de colchões. Além disso ele tem cantado uma musiquinha encomendada repleta de apelos sentimentais e fraternais que não revelam a realidade objetiva em que vivemos. Com certeza o Natal dele e de milhares da burguesia midiática, será bem diferente do corriqueiro trabalhador.
    A falsa aparência de felicidade no Natal, e de um ano cheio de esperanças renovadas, vendida a preço de ouro pela burguesia, é uma arrogância desmedida. No momento em que o Pais vive uma recessão econômica disfarçada, provocada pelas falhas do sistema capitalista mundial a que estamos atrelados, com perspetivas de baixos crescimentos para 2012. Com o desemprego em alta mesmo no período Natalino ( a taxa  oficial já passa de três milhões ), com a perda de poder de compra do salário minimo, com o aumento da cesta básica, com o aumento da violência na sociedade por conta da insatisfação social, tendo como pivot a ausência da universalização do trabalho. Como consequência, se projeta mais prisões para uma população carceraria crescente, que ultrapassa seiscentos mil homens. A saúde, necessidade básica do trabalhador para continuar produzindo, não conseguiu melhoras em dez anos de alternância de poder entre os representantes da burguesia, seja da extrema direita ou da dita esquerda. O IDEB foi um fracasso. E a cada dia se vê jovens terminado o ensino médio sem saber escrever corretamente. O volume dos que necessitam de universidade aumenta a cada ano e o governo não consegue suprir a demanda. O saldo negativo é de mais de quatro milhões de estudantes sem universidade todos os anos. O número de crianças de rua cresce neste natal. E a burguesia ainda canta pela paz, felicidades e esperança.
Natal dos Excluídos
    Por essas e outras, é que não pretendo seguir o curso do rio  na cultura Natalina, Pagã-Cristã. Viver de ilusão é morrer aos poucos, é ser conivente, é lavar as mãos na pia da soberba. Compactuar com falsas esperanças, é no minimo desumano.
    Tenho amigos afirmando que posso morrer lutando contra o Estado burguês. Não me assusta o medo da morte que ainda não vi. A visão de uma falsa felicidade diante de  toda essa miséria, é que me faz pensar, que pode ser pior seguir vivendo.