Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A LIBIA DE MUAMAR KADAFI

Muammar Kadafi criador do livro verde
AS CONTRADIÇÕES DA HISTÓRIA

   Depois da Tunísia e Egito, já era de se esperar que a Líbia seria a próxima vítima da burguesia internacional sedenta de poder. Sob a égide da inteligência Americana e Europeia, contando também com Israel, grupos pró ocidental foram organizados na região para fomentar uma desobediência civil, afim de provocar reações do governo e envolver a mais reacionária das instituições do capital internacional, a ONU. Promovendo assim sanções e intervenção no país Arabe de seis milhões de habitantes. E claro, promover a queda de Kadafi.
  Muammar Abu Minyar al-Gaddafi. Em 1969, a líbia era um território dominado pelos Americanos. Ricos bordeis, casas de jogos uma intensa prostituição da população feminina. O Rei Ridah, fornecia petróleo gratuito aos americanos em troca de proteção. O então Coronel Kadafi, promove uma revolta nacionalista e assume o poder nacionalizando o petróleo e a industria nacional. Expulsa todos os americanos e Europeus do pais, fecha as casas de prostituições e jogatinas. concede liberdade as mulheres e permite que elas estudem. Cria o Socialismo Árabe, governando sob forma de comitês populares. Kadafi se posiciona como condutor do projeto da União das Nações Africanas.
    O líder líbio de fato promoveu um desenvolvimento em seu país. Não se pode, claro, tê-lo como um revolucionário socialista, pois viveu e também governou para si constituindo fortuna pessoal. Não dirimiu a contradição da exploração humana, apenas realizou um projeto nos moldes da social democracia. Nós comunistas não o apoiamos enquanto projeto de escravidão assalariada ao seu povo, o apoiamos sim, enquanto projeto nacionalista, anti-sionista, e contrário ao projeto do imperialismo Americano. Pretendemos de fato que as massas assumam o poder na Líbia, mas não na atual conjuntura, onde são manipuladas por forças obscurantistas ocidentais.
    Kadafi perdeu o apoio de forças Muçulmanas quando abdicou do financiamento de grupos libertários e Anti-sionistas e começou o diálogo com o Ocidente. Hoje acredita-se que a Al-Qaeda também fomente agitações no país.
    O fato histórico mais interessante, e a grande contradição ocidental, é que a Líbia foi armada pelo próprio ocidente, especialmente pela União Europeia. A Rússia também tem uma parcela do bolo financeiro líbio na compra de armas. Agora, os mesmos fornecedores se reúnem para promoverem uma intervenção no país. Ontem a ONU aprovou sanções econômicas contra o pais árabe. Esse é o primeiro passo na cartilha da camarilha internacional para sufocar e invadir uma nação. 
    O que esta em jogo não é o sentimento humano, sensacionalista, que a mídia internacional está fazendo no tocante a "massacres contra população indefesa", falam em milhares. Ora, o capital internacional está se lixando para as vidas humanas em torno do planeta, afinal de contas já somos sete bilhões, "já tem muita gente". Os exemplos do Iraque e Afeganistão listam bem esse sentimento mais que desumano sentido por eles. Uns poucos milhares não faz diferença para essa corja. 
    O fato dialético, é que a Líbia produz dois milhões de barris de petróleo por dia! Esse arsenal energético provavelmente vai cair em mãos de cartéis Europeus e Norte Americano. É provável que o velho líder Líbio não consiga se manter no poder. Sua deposição, julgamento ou morte, já foi decidido entre os lobos vorazes da reacionária burguesia internacional. Mas estejamos certos de uma coisa, isso não se dará sem um banho de sangue naquela Nação Árabe. Uma guerra civil precedida de uma invasão da OTAN, parece ser fato consumado. Depois de quarenta anos de relativa democracia, a Líbia viverá uma ditadura capitalista burguesa.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O EGITO E A DEMOCRACIA BURGUESA

A Falsa Revolução!

   Muhammad Hosni Said Mubarak, o Ex-presidente do Egito deu adeus a seus trinta anos de poder no pais. De 1981 a 2011. Mubarak assumiu o poder após a morte de Anwar Al Sadat, que foi fuzilado por um soldado em pleno desfile militar. A Jihad Islâmica Egípcia assumiu o atentado. Mubarak  vem de uma geração de lideres que teve inicio com Gamal Abdel Nasser. Militar de vertente socialista e com projeto nacionalista. Derrubou o Rei Faruk l em 1952.
   Mubarak fez um governo voltado para os interesses do capitalismo ocidental, contrário ao projeto de Nasser. A parcela da burguesia Egípcia que esteve no poder durante seu governo, acumulou fortunas incompatíveis com a padrão de vida do país. O próprio Hosni, possui uma fortuna calculada em cinquenta bilhões de dólares, espalhados pela Europa e Estados Unidos, segundo institutos de pesquisas contra a corrupção. Dificilmente ele será condenado pelos seus crimes, ou desvios do patrimônio dos trabalhadores Egípcios.
    Os grandes jornais da burguesia, bem como os da esquerda revolucionária, vem tratando o processo de desobediência civil no Egito, como uma Revolução. Isso é falso! não há nenhuma revolução em andamento no pais. O que mais parece é a ascensão da parcela da burguesia que esteve fora do poder  há trinta anos, e vem se organizando politicamente durante esse período. Ela avaliou que seria o momento histórico oportuno para mobilizar as massas, afim de  uma possível derrubada  do governo, após o colapso da Tunísia. A avaliação foi correta e teve sucesso. O ditador deixou o poder no dia 11 de fevereiro, sexta feira.
    Para se ter uma ideia do caráter não revolucionário da desobediência civil no pais, basta observar as declarações dos lideres do processo: "Nós não queremos mudança de sistema". "Buscamos uma manifestação pacífica". Ou seja, os dirigentes pretendem apenas mudar as figuras do governo, é a outra parcela da burguesia que não se beneficiou durante os trinta anos, e agora quer sua vez. O sistema politico e econômico do pais vai continuar, até porque os EUA já declararam que vão apoiar as mudanças, e o império não toma decisões pra perder.
   Algumas avaliações precipitadas, revelam um Egito mais árabe e independente. Apontam para um rompimento de relações com Israel, e o fechamento do canal de Suez. Vamos por parte. Primeiro a sobrevivência e permanência no poder da nova parcela da burguesia que esta assumindo, está vinculada a manutenção das relações com Israel, sem isso, o imperialismo Americano não permitiria sua ascensão.          Segundo, o Egito não possui capacidade de dissuasão militar para fechar o canal de Suez. Apenas Israel, sozinho, seria capaz militarmente, de impedi-lo. E levando em conta que isso afetaria a Europa e os EUA, a tal proposta é inviável, tanto militar como politicamente.
   O que se pode esperar do processo em curso, levando em conta o perfil do dirigente Mohamed El Baradei, do movimento de "esquerda" que provavelmente assumirá o poder, por meio de uma eleição democrática burguesa, não é nada mais do que aconteceu no Brasil com o fim da ditadura militar. Ele levará o pais a uma  abertura ao capital estrangeiro, a desnacionalização da economia o sucateamento da industria nacional, e o continuo empobrecimento do proletariado. Ocidentalizado, fez doutorado pela universidade de Nova Iorque, e sua esposa e filhas vivem em Londres. Caso não seja ele, os EUA e a Europa já devem estar preparando outro. O fato é que o pais será saqueado com um projeto neoliberal. Tanto no Egito como nos países da comunidade islâmica, o que se vê é uma renovação do capital afim de ganhar novo fôlego para novas rodadas de saques. Quem sabe o Irã.
     O grupo de oposição radical Irmandade Muçulmana, seria o único  capaz de se contrapor a um projeto ocidental mais avançado no pais, no entanto, a experiência do Iraque mostrou que os dólares americanos, e uma conversa de pé de ouvido, muda com facilidade os anseios dos grupos mais radicais. As verdinhas nessa hora, fazem a diferença. Conclusão, o fato é que nada mudará na vida do proletário Egípcio.
     Como sempre, as massas são usadas para interesses de classe, suas necessidades e aspirações são ponta de lança para o embate das classes dominantes. O quadro Egípcio assim como no Brasil e em todos os países colonizados  só terá mudanças de fato, quando os movimentos se fizerem ecoar, armando com um fuzil, cada trabalhador.  Só assim, o próprio proletariado poderá definir o nível de liberdade que lhes cabe. Fora disso, é pura utopia!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DEUS A IGREJA E O ESTADO

Tragédia anunciada
A TRAGÉDIA DE PETRÓPOLIS

  A relação entre entre esta trindade não é de hoje. Ao longo da formação da sociedade humana, a burguesia criou um Deus, que criou a Igreja, que santificou o Estado. Essa forma relativa de poder foi responsável pelo atraso tecnológico e sub desenvolvimento, sócio, econômico e intelectual das massas proletárias.
    Para se ter uma ideia do poder dessa relação, a mandatária do país, conserva em seu gabinete uma Bíblia "sagrada". Em troca, as igrejas, diferente do trabalhador, não precisam participar do sistema tributário, Para isso, ela, a Igreja, que possui "autoridade divina", manipula e amedronta a consciência do trabalhador fazendo-o crer que a sua situação de miserabilidade não e culpa do sistema ou da burguesia, mas de sua própria incapacidade, e de que Deus se compraz na submissão do homem ao estado, que é por sua natureza "Divino". Em troca, ele receberá as bênçãos na outra vida. Ela cria uma concepção de caráter afirmativo de submissão. Dessa forma, o proletário passa a crer que sua condição é a vontade de Deus.
   Essa relação promiscua, tem levado ao proletariado a suportar os mais diversos sofrimentos ao longo de sua existência. a mais recente foi a tragédia registrada na região serrana do Rio de Janeiro. Construções sem  devida regulamentação por parte dos profissionais do estado, pelo simples motivo de que o mesmo não possuir estrutura para dar assistência técnica a todos. Crescimento desordenado das cidades, falta de condições financeiras para a maioria dos trabalhadores, o que leva a construir de forma inadequada. Improbidade administrativa do poder público municipal e desvio de verbas para infraestrutura, levaram a catástrofe registrada. A despeito, lógico, do evento natural da tromba d'Água.
    Cinco cidades atingidas: Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro, São José do Rio Preto. Centenas de mortos e milhares de desabrigados.
    Nesse momento a Igreja entra em ação. De um lado procura consolar as almas que sofrem. Do outro coloca o fato ocorrido na estranha vontade divina. Só não culpa o seu eterno aliado, o Estado. Esse por sua vez procura enaltecer o papel da igreja e pedir a compreensão de todo o coletivo social. Homens e mulheres de sinceras intenções, se mobilizam como que um sentimento socialista, de ajuda mútua, que a própria Igreja e o Estado negam, como princípio inerente do ser. No final das contas, os mortos serão enterrados, os vivos consolados, e o novo e vicioso ciclo de poder e domínio se repetirá.
Deus é mera criação do Estado
   Ora, se a divina trindade, Deus, a Igreja e o Estado, não puderam evitar a  tal tragédia, para que eles servem? Será que na verdade a culpa foi de um querubim safado que roubou as chaves de são Pedro enquanto esse dormia e abriu as comportas, despejando toda a água de una só vez? Só pra ficar sorrindo la de cima? Ou onde estava Deus diante de tal tragédia que com todo o seu poder não estendeu sua mão poderosa e reteve a catástrofe? parece que a autoridade divina está em questão. Opa, se a autoridade de Deus pode ser questionada, então temos que repensar  a autoridade de seus representantes, a Igreja. E por tabela, a autoridade do estado.
    Por outra hipótese, o todo poderoso pode em um momento de insanidade ter estado sentado em seu divino trono de ouro maciço rodeado de anjos enquanto observava a tragédia de sua obra inacabada e imperfeita. Se for assim, Então cabe a nós, trabalhadores, corrigir os erros divinos e construir uma nova sociedade proletária. Mais eficiente e menos dependente dos conselhos celestiais e de seus representantes, como o Estado e a Igreja. E que Deus me perdoe mas não vamos nem mesmo convida-lo para a construção da nova epopeia humana.