Não existe questões morais quanto a origem do dinheiro na revolução |
"A revolução não é um convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado, ela não pode ser assim tão refinada, calma, e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pela qual uma classe derruba a outra".
Não gostaria de estabelecer uma postura preconceituosa quanto à pureza dos valores absolvidos ao longo de toda uma vida de alienação, por alguns camaradas e ou companheiros de viagem, como dizia Lênin. No entanto, para aqueles que pretendem dedicar suas vidas a causa da liberdade proletária, aconselho a deixar de lado os velhos valores e conceitos de classe, morais e religiosos.
Se alguém se propõe a ser um profissional da revolução precisa compreender que os valores da velha sociedade não cabem dentro do processo. A construção de uma estrutura para se contrapuser a superestrutura burguesa, exige do revolucionário não ter questões morais alguma, quando o assunto é estrutura financeira. Quadros precisa ser mantidos. Documentos precisam ser impressos. Empresas de comunicação necessitam ser criadas e armas compradas. O território brasileiro é grande e exige deslocamentos e construções de estruturas locais. Isso custa muito, muito dinheiro.
Não estou escrevendo para pequenos burgueses, e sim para aqueles que desejam se engajar em um processo sem volta e violento, até a derrubada do poder constituído. O governo capitalista burguês é como um corpo. Nele trafegam toda sorte de mecanismos benéficos e maléficos, que ora fazem bem e ora fazem mal. No entanto, essa relação simbiótica entre o "bom e o ruim", mantém o corpo em uma situação dialeticamente falando, propicia para a vida.
Neste ciclo de domínio sócio, cultural e intelectual, operam os bancos com sua agiotagem e operam também os traficantes, com drogas e armas. A prostituição também é um dos mecanismos de geração de renda para o lúmpen. A corrupção governamental aliada à sonegação privada, completam o elo da corrente. O hipócrita, ou o puritano me perguntaria: Mas você não está comparando os honrados banqueiros e empresários aos traficantes de drogas. Estou sim. Se de um lado as drogas viciam uma parcela do proletariado e suga deles sua força moral, bem como a de seus filhos, a agiotagem bancária da mesma sorte, joga os indivíduos em um mar de amargura social com dívidas impagáveis. Os patrões se utilizam da energia proletária para produzir riquezas das quais se apropriarão com as bênçãos constitucionais do estado burguês. Se de um lado os descuidados vão ao capitalista a fim de pegar dinheiro a juros, cavando suas covas sociais e emocionais, do outro vão ao traficante pra amenizar suas mazela oriundas do seu fracasso na adequação sistêmica, deixadas pelas desilusões de falsas promessas de felicidades. Nesse casso, todas as atividades econômicas do sistema se relacionam.
O que quero dizer com isso? Quero dizer que a origem do dinheiro não tem valor moral para a revolução. Se ele vem do tráfico de drogas ou da expropriação dos agiotas banqueiros, ou da corrupção estatal, não importa. É bem vindo. Eles possuem a mesma origem ideológica: A exploração humana! Dentro da revolução, ele será usado para a libertação do proletariado e a construção de uma nova sociedade, onde esses males sistêmicos desaparecerão com a emancipação do homem. Com a satisfação de suas necessidades substantivas, emocionais, culturais e intelectuais. Ao chegar às mãos do partido, o dinheiro torna-se "santificado e puro".
Se algum puritano ingênuo acredita que a construção de uma estrutura militar e de inteligência, será edificada com rifas escolares, ou contribuição de patrocinadores, está afogado em um mar de ilusões e idealismo. Haja vista os partidos que operam às margens do sistema como o PCR, PCML, LOC e outras siglas que se expressam na luta cotidiana do trabalhador e do campesino brasileiro. Todas estão patinando nas geleiras do esperancismo espontaneísta revolucionário, das massas.
Mao Tsé Tung |
Gostaria de relembrar a s palavras de Mao Tsé Tung: "A revolução não é um convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado, ela não pode ser assim tão refinada, calma, e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pela qual uma classe derruba a outra".
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