Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 24 de junho de 2012

A FLOR A FONTE E O CACHOEIRA

E a fonte sonora e fria rolava levando a flor
O CONFLITO 
INTER-CLASSE

   Eu estava hoje considerando os rumos do conflito interno, vivido pela burguesia brasileira no caso Carlos Augusto Ramos. o Carlinhos Cachoeira. Esse conflito dentro da classe dominante, se dá única e exclusivamente, por não conseguir atender a todas as variantes, e seguimentos interessados na acumulação de capital, oriundo da riqueza produzida pelo proletariado, cuja detenção e poder é o estado democrático burgues.
    O conflito de interesses, vai desde pequenos empresários, passando pelas politicas regionais chegando até aos ministérios, levando a reboque também, o poder judiciário. É curioso ver os homens honrados do passado envolvidos em relações promiscuas no presente. Eles foram juízes da boa conduta, como o governador de Minas Gerais Aécio Neves, cotado um dia, até mesmo como presidente da República. Ver o próprio Ex-presidente Lula visitando altos escalões do Poder Judiciário para tentar "contornar a situação", ver homens como Roberto Gurgel, agora Procurador da Republica tentando fazer vistas grossa para evitar maiores traumas, à fração da burguesia que se vê em apuros.
   O mais curioso de tudo, é ver que a fração burguesa não beneficiada com o propinauto de hoje, é quem move montanhas para condenar os condenáveis. Por certo ela será réu em outros processos amanhã, movido pelos que serão excluídos das oportunidades futuras, hoje. Eles os que se arvoram juízes da boa conduta, ética e moral, com certeza estarão amanhã no banco dos réus, seja, Lord, Juiz, Empresario ou Plebeu. Assim de uma forma elíptica, segue a dialética histórica da formação, e constituição da sociedade de classes.
    Buscando uma natureza mais pura para meus próprios pensamentos, comprometidos demais com com diversos conflitos, relembrei Vicente de Carvalho na época da educação infantil, quando tínhamos que decorar versos e poesias, bem como pintar quadrinhos em tela.


A FLOR E A FONTE

"Deixa-me, fonte!" Dizia a flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria, Cantava, levando a flor.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!" Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte... Não me leves para o mar".
E a fonte, rápida e fria, com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria, corria levando a flor.

"Ai, balanços do meu galho, balanços do berço meu;
Ai, claras gotas de orvalho caídas do azul do céu!"...
Chorava a flor, e gemia, branca, branca de terror,


E a fonte, sonora e fria, rolava levando a flor.

"Adeus, sombra das ramadas, cantigas do rouxinol;
Ai, festa das madrugadas, doçuras do pôr do sol;
Carícia das brisas leves que abrem rasgões de luar...
Fonte, fonte, não me leves, não me leves para o mar!"...

As correntezas da vida e os restos do meu amor
Resvalam numa descida como a da fonte e da flor...


Prometheus acorrentado
 por Vulcano 
    Nem mesmo a flor do sistema burgues é capaz de deter a fonte caldorosa do capital que deságua no Cachoeira, regando com propinas o mar da burguesia. Lutar contra sua natureza promiscua, é querer interferir no curso natural da dialética capitalista, e isso é como tentar em vão libertar Prometheus, acorrentado por Vulcano em uma rocha, a mando do despótico soberano, Zeus.



domingo, 17 de junho de 2012

A ARTE DO CAPITAL NA BOLA

A FARSA DO LEGADO DA COPA
Garrincha e Pelé
o futebol arte

   Confesso que o futebol não é o meu esporte predileto. Eu não jogo bem, e nem tenho aquela paixão de "todo brasileiro". Mas quando o assunto envolve dinheiro público disfarçado de investimento, chama a minha atenção e torna-se passivo de considerações.

    Como nasci em sessenta e quatro, tive que conviver com a euforia da "arte do futebol brasileiro". Essa modalidade esportiva foi se tornando a menina dos olhos do sistema. Tornou-se uma espécie de "ópio do povo". O Brasil era o pais do futebol, aliás o único país que praticava essa arte em campo, pois na Europa, os times organizados já usavam a ciência do uso do espaço físico em campo, bem como a distribuição organizada dos atletas, para responderem com mais desempenho. Para os Europeus, o importante seria a vitória e não o esporte em si. A vitória representava lucro, que por sua vez, significava novos investimentos. 

    A técnica Européia se baseava em laçamento de bolas altas, ganhando rapidamente os espaços em campo. Por sua vez, o futebol brasileiro investia na arte individual do drible, fazendo os torcedores delirarem nas arquibancadas. Os grandes representantes dessa modalidade, foram Garrincha, Pele, Rivelino e muitos outros. Apesar desse estilo representar melhor o esporte, estava fadado a superação pelo simples fato de que, o mundo e a arte se preparava para ser englobado no projeto capitalista de que tudo pode ser lucro. O estilo Europeus venceu, e o Brasil aos poucos foi abandonando sua arte em favor do capital. Foi uma forma de sobrevivência do Esporte nacional.

    Com a "criação da FIFA" em mil novecentos e vinte e quatro, se viu o fortalecimento desse esporte na massa proletária de "todo o mundo". E inevitavelmente a participação financeira dos governos interessados em propaganda política. Falar mal da FIFA hoje, ou condenar investimentos com dinheiro do trabalhador, pode destruir qualquer intenção política de um homem. Não é a toa que o orçamento da FIFA para esta copa, está orçado em trinta e oito bilhões. Estamos falando do orçamento oficial que é para Inglês ver. Porém o oficioso...esse o trabalhador não pode ver. Normalmente ele é duplicado ou triplicado.

    Os representantes da burguesia tentam justificar investimentos tão altos, no que eles chamam de Legado da Copa. Ou seja, afirmam que esses eventos trazem toda uma infra-estrutura para a o trabalhador. A prática é diferente. Nos jogos Pan-americanos, a imprensa burguesa divulgou fartamente essa farsa de legado do Pan, e o que vimos no final da contas, no Rio de Janeiro, foi que muito pouco ficou de prático desse investimento vultuoso, e não resta mais nada. Da mesma forma está sendo propagado Legado da Copa. No final das contas, apenas a burguesia sai beneficiada com sua empresas. As empreiteiras são a menina dos olhos dos caciques da política e do capital. Estádios são construídos e reformados sempre com super faturamentos. Rodovias são recapeadas e ou construídas com baixa qualidade, numa maquiagem que não duram dez anos. O importante é o "capital girar". De referência nas mãos da burguesia.

    João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, se referiu aos recurso bilionário como sendo "recursos não contabilizados". Ou seja, recursos oriundo da corrupção. E pasmem, isso é legal!

A ganância da FIFA
    De resto o legado que fica para o proletariado, é o desgosto de volar para casa depois de um pequeno período de euforia, e ver a geladeira vazia. Ir ao mercado e ter que desembolsar três reais  para comprar uma duzia de ovos, que há alguns anos atrás custava sessenta centavos. É ter que enfrentar filas intermináveis para ser atendido num hospital público. É ver seu filho terminar o ensino médio sem saber localizar no mapa do mundo o pais em que mora, devido ao baixo nível do ensino. É esperar por um mísero aumento de salário anual, que logo será devorado pela inflação. Ter que conviver com a violência crescente e proporcional ao aumento pobreza e do desemprego. Conviver também com a violência estatal através do seu braço armado, a policia militar e as forças armadas, como vimos recentemente no Rio de Janeiro.

    De resto, bola no campo e Skol na garganta. Pode ser Antártica, Brahma, Cintra ou quem tiver a propaganda mais arrojada.

    De legado em legado, vive de ilusão o trabalhador. Vive a espera do que não virá, e em sua passividade, ensina a seus filhos a esperar também.