É do interesse do capital encarcerar a juventude proletária. |
A IDADE DO CÁRCERE
A violência urbana praticada por maiores e menores, está diretamente relacionada aos mecanismos de produção e divisão da riqueza gerada pelo proletariado Brasileiro. Fugindo dessa discussão, a burguesia inflama a sociedade, contratando a imprensa paga, que cumpre o seu papel de quinta coluna social. Ela propõe uma alienação em massa, motivada por uma suposta violência generalizada.
Sem mostrar a violência social sofrida pelos jovens infratores, sem atender ao clamor de sua exclusão e da escravidão assalariada que normalmente são submetidos seus familiares, ela, a imprensa tendenciosa, tergiversa a realidade objetiva que nos cerca. Nos apresentam um quadro maquiado da violência sistêmica. O terror formalizado pelos medíocres profissionais da comunicação enoja os mais críticos. A apresentadora do telejornal da Record, Adriana Araújo enfatiza uma afirmação de caráter negativo: "Eles são cada vez mais violentos!". Eduardo Ribeiro, no mesmo telejornal reafirma o caráter de forma duvidosa: "Será que eles vão conseguir deixar de ser violentos?". Eles procuram um rótulo sujo para os jovens infratores sem entrar na contradição. Imolam o principio da igualdade de direitos e da moral burguesa apregoada. Eles dão a entender que precisamos de uma higienização social. Esse é o preço já etiquetado da nossa juventude.
Não se ouve falar de uma intervenção do Estado burguês na ferida social, criada pela sua própria arrogância ideológica, no sentido de apurar as causas que levam aos jovens a buscar de forma individualista, a solução para a falta de sua liberdade substantiva. A mesma imprensa que expõe o caos social é a mesma que, apresenta em suas programações de cunho ideológico, a ideia de uma falsa liberdade. Ela expõe os valores do capital: O consumo, o individualismo, a disputa, a ostentação, e a própria violência do ter, para ser.
A proposta de alguns intelectuais vendidos, tem sido a educação. Não sei se podemos chamar de hipocrisia ou de falsa moral. Colocar como solução para o fim da participação juvenil no crime, a educação pura e simplesmente, é uma arrogância de classe. O próprio Estado burguês reconhece que um terço dos jovens sofre de desnutrição. Isso dificulta seu aprendizado, e concorrência futura nos poucos espaços que o sistema oferece. Também a grande massa encarcerada de adolescentes, nem mesmo frequenta a escola. O motivo é que necessitam trabalhar, não importando a forma, para ajudar suas famílias ou para satisfazerem seus sonhos de felicidade, vendidos ao preço da ilusão pelos representantes do sistema. Apenas com a educação isolada, os resultados seriam muito simplórios, ou quase nulos.
O mais importante fator alienatório sofrido pelo proletariado e seus filhos, é o da propaganda de que eles vivem em uma democracia. Essa ideia é incutida em suas mentes pelos micro-estados que orbitam o sistema. São eles: A Escola, a Imprensa, a Igreja, as Forças armadas e os seguimentos menos expressivos. A ideia de liberdade é vendida ao preço da livre escolha, ou seja, de um lado é apresentada a liberdade pela busca da subsistência, do outro, se vê a negação dessa moral pela incapacidade do sistema de gerar as oportunidades. Para se sentir de fato livre, o jovem ou o proletário descontente, busca construir mecanismos de posse, a fim de que sinta-se de fato livre, como apregoa a moral democrática burguesa.
O ministro da justiça José Eduardo Cardoso, afirmou que o artigo 60 da constituição, parágrafo IV, estabelece como cláusulas pétreas, a inimputabilidade de menores de dezoito anos. Ele afirma que é um direito intocável. Esperamos que os reacionários não encontrem mecanismos para violar esse artigo.
"A inimputabilidade de menores é um direito intocável". (José Eduardo Cardoso) |
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