Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O LIXO O PREFEITO E O DEPUTADO

O falso antagonismo do Deputado
Hermínio Coelho

O FALSO ANTAGONISMO

  Hoje eu não fui trabalhar. São dias difíceis para um pintor em porto velho, com toda essa chuva caindo. Por esse motivo aproveitei para fazer algumas considerações sobre à polêmica CPI da coleta de lixo na cidade.
    O capitalismo e um sistema predador por natureza. Tem-se registro de suas atividades e nascimento por volta do seculo XVII, com o "cercamento" de propriedades na Inglaterra, que por sinal viveu as primeiras experiências brutais e caóticas desse sistema. Uma desses experimentos foi a criação das PPPs. (parceria público privadas), isso foi à cem anos. O projeto foi abandonado porque não trouxe resultados satisfatórios para a sociedade Inglesa. Ele foi retomado  na década de noventa, por força de domínio do liberalismo econômico.
    Esse modelo de administração foi criado para favorecer parcelas da burguesia empresarial descontente com a divisão do butim pulico, e também como forma de fortalecer o caixa dois das classes dominantes. A experiência tem mostrado que o fluxo de capital destinado a esse modelo administrativo tem crescido em detrimento dos benefícios que eles auferem ao trabalhador. Seja no abastecimento de água, transporte, coleta de lixo, luz, telefone e diversos outros segmentos do serviço público. 
    O fato curioso desse modelo, é que ele tem um ciclo etapista de vida. Primeiro: a parcela da burguesia que esta na administração do erário público, contrata a empresa "vencedora da licitação". Segundo: a outra parcela burguesa que se encontra na "fiscalização" das atividades, vê e deixa rolar até o ponto em que lhe é negada a participação nos lucros escusos da licitação. A terceira e última é a Reação Relativa: Onde a parcela descontente -mas sem querer romper o diálogo de uma vez- com a negação da participação das propinas, solta um grito pelos ares tentando fechar a porta por onde corre dos louros dos beneficiados. E lógico, com o único intuito de ser chamada para a uma "conversa", ainda que em menor parcela. 
   Quando o "diálogo" não acontece, então as instituições públicas e populares, bem como a lei são convocadas como aliados, mesmo com todas as suas contradições. É no momento em que os defensores da "boa fé e moral social" como o deputado Hermínio Coelho, - que provavelmente não foi convidado para a "conversa" no ato da assinatura do contrato da empresa coletora de lixo Marquise -; por não pertencer a parcela burguesa contratante, e que se faz representar o povo, por ter sido referendado por uma cédula de votação e adquirido um mandato de fato, e não de direito. Pois sua representação está nas urnas alienatórias, aliciatórias e obrigatórias. E não no seio das masas proletárias, de onde emana o verdadeiro poder.
     Esse tipico modelo de representante burguês, quer dar a entender ao trabalhador que está alerta, que sua prontidão na defesa dos interesses públicos estão acima de qualquer classe. Mentira! não existe antagonismo entre o Deputado, o Prefeito e o grupo de Vereadores que desejam a revogação do contrato. O que levou a essa briga foi puramente um conflito de interesses intra-classe. E vou até mais longe, não há nem mesmo antagonismo entre a Marquise e os nobres Vereadores, bem como o prefeito eleito Maruo Nazif. Ambos pertencem a mesma classe dominante! Só estão desafinados no que diga respeito ao "diálogo". É como uma luta pela reserva de mercado.
    É até possível que esse contrato com a empresa seja revogado, mas é pouco provável. Até porque o problema não está na empresa e sim no sistema. O poder público foi constituído para administrar e não para terceirizar. Se assim fosse, não precisaríamos de representantes públicos, constituiríamos um estado empresarial. Nesse caso, a contradição continuaria, porque o empresario cuida por natureza dos seus próprios interesses.
    No caso da revogação do contrato, uma outra empresa  ligada ao atual grupo gestor irá ganhar a "licitação" e prestar os serviços. O Presidente da Câmara Municipal Alan Queiroz já deu um norte para o desfecho do complicador:  "Se existe a insatisfação do município, do povo e até da Empresa, que alega que está tendo prejuízos, a ponto de pedir realinhamento de preço e aditivos, que se rompa o contrato entre as partes".  Ele fez questão de frisar a palavra "prejuízo", "realinhamento de preço", e "aditivos". Trocando em miúdos, ele começa a preparar a alienação da sociedade para aceitar que a nova empresa receberá do trabalhador -que não poderá opinar- um preço bem acima do que é pago hoje, para coletar seu lixo. A nova empresa no caso, prestará um bom serviço por alguns meses, e a mesma contradição se revelará no futuro.
Os desvios da coleta de lixo privada
    O falso antagonismo demonstrado pelos Vereadores, ao Prefeito licitador e a empresa Marquise, bem como a CPI, é puro teatro circense. O burguesia a que eles pertencem, continuara a lutar para manter firme o sistema que possibilita a Marquise ou outra qualquer empresa a drenar o erário público para o bolso de parasitas críticos, ou criticados  que estão hoje no poder e que estarão amanha.
    Para o proletariado de Porto Velho, não há diferença entre o Lixo coletado pela Marquise, o Prefeito e o polêmico -enquanto nobre- Deputado.


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