Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

MASSACRE EM CONNECTICUTE

Obama. Dirigente de um Império terrorista

    O EFEITO BUMERANGUE
  O bumerangue é uma arma de arremesso, confeccionada de madeira escavada e em forma de arco, utilizada pelos indígenas australianos. Quando atirada, descreve curvas no ar e volta ao ponto de onde saiu. O efeito bumerangue é, justamente, essa volta da arma para a pessoa que a arremessou.
    É impossível olhar para o ocorrido na escola Sandy Hook em Connecticut, onde pereceram 26 vidas, a maioria crianças entre 6 e 7 anos, e não pensar exatamente num bumerangue. Principalmente se observamos o fato através da cobertura sensacionalista que dele se faz, destacadamente a repetida imagem de um Barack Obama “consternado e abalado”, falando “como pai e não como Presidente”.
    É indiscutível o sentimento de horror e profunda dor que causa a morte de crianças absolutamente indefesas, que brincavam num dia comum em sua escola. Também é indiscutível que em meio à barbárie temos revigorada toda a grandeza da classe trabalhadora, quando vemos uma professora que trancou seus alunos num armário e se colocou como escudo entre o armário com as crianças e o atirador, ou a diretora da escola que, desarmada, correu em direção ao assassino para deter a matança. São atos de inequívoco heroísmo.
     Mas será que a vida dessas crianças de uma pacata cidade norte-americana vale mais que a das milhares de crianças palestinas assassinadas e/ou estropiadas pelos bombardeios covardes do Estado nazi-sionista de Israel, com apoio irrestrito dos Estados Unidos? Será ainda que as outras milhares de crianças assassinadas no Iraque ou no Afeganistão, ou seqüestradas e transformadas em escravas sexuais em bases militares da OTAN, não merecerão também o mesmo destaque na imprensa e as mesmas lágrimas?
    Na verdade, todo o tempo a cobertura dos monopólios de imprensa tenta apresentar o fato ocorrido em Connecticut como algo quase sobrenatural, sem explicações plausíveis e que une a todos como “seres humanos”, como se sentimentos não tivessem classe. Ocorre que é justamente a classe dominante em cada país, e o imperialismo a nível mundial, quem mais relativiza os sentimentos chamados universalmente de humanos: a morte de um pobre pela polícia nas periferias jamais terá o mesmo tratamento que a morte de uma criança da chamada “classe média”, assim como a morte de crianças no “longínquo” Oriente Médio não ocupará jamais o mesmo espaço que a de pobres crianças norte-americanas. É como se uns fossem humanos e outros não; a morte de um igual causa dor e choque, a morte de um diferente, seja por ser pobre, bárbaro ou “racialmente inferior”, será apenas “efeito colateral” do “necessário” combate ao narcotráfico ou ao terrorismo. Basta reparar que das crianças assassinadas em Connecticut vemos repetidamente a projeção de suas fotos e os seus nomes, portanto, há individualização. Quando se trata, entretanto, de massacres de populações civis perpetrados por tropas invasoras ou por bombardeios –como aqueles revelados pelo Wikileaks –se há notícia, jamais é acompanhada por fotos e, menos ainda, pelo nome das vítimas, ou seja, não realizada a individualização a morte brutal permanece abstrata, facilitando a atitude de indiferença.
    Há, entretanto, uma distinção fundamental entre os massacres cometidos por fanáticos e que se repetem no interior dos Estados Unidos e os massacres efetuados pelas hordas assassinas das forças armadas desse país: num caso são indivíduos perturbados mentalmente, eles mesmos produtos de uma sociedade que cultua em alto grau o individualismo e a força bruta; no outro caso são coletividades sistematicamente treinadas e doutrinadas para se desumanizar, apetrechadas com os equipamentos mais modernos de destruição e morte, cobaias de experimentos psicológicos com estimulantes e música pesada.
   O efeito bumerangue: Há quase cinqüenta anos um estudioso do complexo industrial-militar norte-americano escrevia: “A muleta do Estado militarista é a propaganda. Temos de ser ensinados a recear e a odiar, ou não aceitaremos regimentar as nossas vidas, a suportar os enormes encargos de impostos ainda mais pesados para poder pagar o ainda mais dispendioso equipamento militar, e teremos de o fazer à custa de programas domésticos como a assistência médica, a educação e os desenvolvimentos urbanos de higiene. Como Goebbels tão bem demonstrou sob a direção de Hitler, a propaganda é a arte de induzir convicções; e se a propaganda for suficientemente estridula, se transmitir a sua mensagem com uma repetição interminável, o público pode ser levado a acreditar em qualquer coisa que o governo deseje que ele acredite. No final, o que começara por parecer completamente ilógico, virá a parecer o ideal do bom senso”.1
   Na verdade, o Estado imperialista norte-americano é exemplo acabado de militarismo e fanatismo religioso, como talvez jamais tenha existido sobre a Terra. Até a década de 1990 era o anticomunismo a religião oficial do Estado; agora é o combate ao “terror”. Sabe-se, por exemplo, que o cinema norte-americano tem na origem de sua expansão a aquisição pelo Pentágono do estúdio cinematográfico Paramount, às vésperas da II Guerra Mundial. É, portanto, inevitável que essa propaganda sistemática do ódio racial, do sentimento de superioridade que emana “diretamente de Deus”, da defesa da supremacia mundial, exercida para justificar a opressão brutal sobre outros povos, retorne exatamente como bumerangue, causando efeitos internos como os massacres que se repetem em escolas norte-americanas.
    Mesmo o papel da livre compra e venda de armas deve ser entendido sob essa ótica: os Estados Unidos não são, definitivamente, o único país do globo terrestre em que a população tem acesso legal a armas de fogo. O problema é que essa “liberdade” de comprar armas está de fato associada, nesse país, à ideologia militarista-imperialista, à luta contra o suposto “terrorismo” que pode aparecer um belo dia não se sabe bem vindo da onde, ameaçando a hegemonia e os lares do “povo escolhido”. Há ainda um outro aspecto: ninguém duvida que pessoas que cometem atrocidades como o assassinato em massa de crianças indefesas só podem ser completamente insanas. Evidentemente não é o conteúdo violento de jogos e filmes que levará, por si só, pessoas a cometerem atos atrozes como um massacre. Há determinadas pessoas que, doentes, serão mais suscetíveis a determinados estímulos do que outras.
    Ocorre que o próprio sistema de saúde Estado-unidense, inteiramente privatizado, é completamente incapaz de oferecer tratamento a pacientes que sofrem de doenças psiquiátricas crônicas. Em 1963 o então presidente norte-americano John Kennedy assinou uma lei de desinternação de doentes psiquiátricos, lançando-os simplesmente na rua sem nenhum apoio público. Desde então, jamais o sistema de tratamento de doenças mentais tem sido rearticulado –existe apenas para quem pode pagar, e pagar caro.
Vitima do massacre em gaza pelo terror sionista
    Trata-se de um fato: o imperialismo norte-americano, inimigo número 1 da Humanidade, é inimigo também, naturalmente, do seu próprio povo. Já Marx e Engels sentavam, há 150 anos atrás, que não pode ser livre um povo que oprime outros povos. E por mais chocantes que sejam os episódios de massacres como esses em Connecticut, diante do morticínio causado pelo imperialismo ianque e seus sequazes no mundo, não passam de gotas d’água num vasto oceano.

*Fonte: www.mepr.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário