Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A CONDENAÇÃO DE RENAN CALHEIROS

Renan. A irônia de um burguês
ATÉ ONDE ELE É CULPADO

   Conheci Renan em São Luiz do Quitunde,  Alagoas, por volta de noventa e quatro, em sua campanha para senador. Ele pediu meu voto apertando a minha mão como todo político jovem e entusiasmado. Já era figura de renome nacional. 
   Renan é um produto elaborado e moldado do sistema. Soube se inserir dentro do processo político burguês. Tornou-se um representante importante para as Oligarquias Brasileiras. Aprendeu desde cedo que precisava construir uma reserva estratégica para seu clã político, e não fez falsa modesta na busca de sua excelência. Entendeu que a corrupção é parte  integrante do processo, e os inimigos podem ser fortes aliados,
dependendo da realidade objetiva do momento. Agora de volta a chefia do Senado, um forte turbilhão de protestos tentam retira-lo da
 liderança da casa. 
   Porque condenar Renan? Ele é apenas parte de um processo de mudança degenerativa sistêmica, e ao mesmo tempo, de mudança qualitativa. No sentido de acentuar a contradição democrática e o antagonismo de classe. Ele não é culpado. No sentido de estar trabalhando para o seu próprio beneficio.  Um direito humano e individual de cada ser. O sistema exige dele o fortalecimento do seu status quo, a construção e manutenção de seu clã, e enquanto ser, ele age corretamente em beneficio de sua própria existência. Não faria diferença se fosse Cristovam Buarque ou Pedro Simon. Ou até que fosse qualquer ficha limpa. O fato se ser limpo porque conseguiu ludibriar, ocultar ou prorrogar o exame de seu papel higiênico, não faz do sujo um limpo. Até porque o complicador está no sistema o não no individuo.
   Matar Renan por exemplo, se fosse o caso, não abalaria a estrutura sistêmica. Um outro tão ou mais corrupto assumiria a liderança. Por esse motivo ele deve ser absolvido das condenações subjetivas. Por outro lado, deve ser condenado pela historia enquanto individuo coletivo. Ele foge do principio da dignidade da renuncia. Renuncia da quebra das correntes do continuísmo que impede a felicidade humana, e  aumenta a contradição entre os homens. Da escravidão assalariada, e do derrotismo da alma e esperança proletária.
    Toda essa euforia das masas de nada serve se não for canalizada para um processo revolucionário. Por uma organização partidária de vanguarda. Pelo simples motivo de que já tivemos euforias maiores e muito pouco resolveu, ou se traduziu em mudanças objetivas para uma melhora qualitativa ao proletariado.
As massas estão de fato em busca de resposta. Mas não possuem uma direção de vanguarda  revolucionária, à altura. Estão perdidas, desorientadas em seu espontaneísmo.  Seu norte desvirtuado pelo ópio da alienação. A conjuntura, não permite pelo operantem modus,  mudanças significativas, enquanto revisionista.
   O protesto é uma doença. Ambas as classes sociais possui esse vírus benéfico. O que diferencia as sequelas é sua forma social de atuação; que ao se espalhar como um câncer pela sociedade, define o resultado final do paciente. Do lado burguês, ele é silencioso e acontece nos gabinetes e tem como resultado lucros financeiros ou políticos. Do lado proletário, se manifesta nas veias das avenidas com faixas. Seu resultado, se for tratado com o remédio da dialética cientifica,  é uma mudança revolucionária radical na sociedade. 
     O movimento das massas é acelerado por três motivos: Pode ser Cientifico, Espontâneo ou Fanático.  O que é realizado contra Renan não me parece um movimento cientifico, pelo simples fato de não esta sendo encabeçado por uma vanguarda revolucionária. Não me parece ter sido feita uma  análise cientifica  do curso seguido e de seus resultados práticos. Não me parece ser espontâneo porque não nasceu de uma indignação proletária, por danos causado a classe ou ao individuo, e sim no cume da disputa intra-classe burguesa. O mais provável é que ele seja de origem fanática. O fanatismo se origina na dedicação de uma causa sem conhecimento da causa. Isto é algo comum dentro da disputa da consciência. Uma parte da massa mais eufórica vai à reboque da agitação midiática sensacionalista. Até se confunde com  um movimento espontâneo pelas suas características de mobilização. Ao disputar e ganhar a consciência, o vencedor tem a comoção e a fúria dos já vencidos pela ignorância.
     A grande bandeira do movimento na internet, e um pouco nas ruas, é de acusação de desonestidade por parte de Renan Calheiros. Sejamos objetivos, não existe ninguém honesto. A honestidade do homem esta estritamente intrínseca a sua realidade objetiva e a sua subjetividade. Ele é honesto enquanto lhe for conveniente. No momento da contradição ele o deixa de ser. Então, ser honesto é diferente de estar honesto no momento em que lhe convém. Fora disso, é pura hipocrisia tal qual os princípios operantes da moral social pequeno burguesa. Nesse norte, Renan não se diferencia do proletário João ou do burguês José. Ou até mesmo de qualquer outro  que o ouse criticar. Se existe algum principio em voga, da riqueza no sistema democrático burguês que não seja a desonestidade, que o proclamem. Esse conhecimento  é até do meu interesse. Quem nunca foi desonesto em algum momento da vida profissional, social emocional ou amorosa, que atire nele a primeira pedra.
O fanatismo das massas
    Nós temos uma forte tendência a ter uma visão romântica da vida. Não e culpa nossa. Foi o processo alienatório que nos levou a esse norte. A escola, a Igreja, a ética..., enfim. Foram os mecanismos e princípios de persuasão que nos tornou assim. Se tentarmos moldar um boneco de barro saturado, ele ira quebrar-se em dezenas de pedaços, ao passo que isso só sera possível enquanto argila. Precisamos cuidar da próxima geração com um novo sistema.
    Tratando-se de uma conjectura, sou defensor da retirada de Renan do poder,  juntamente   com a queda    do seu        sistema. Destruí-lo individualmente, só   iria construir anticorpos   para o fortalecimento  e construção  de novas  artérias para a manutenção da exploração  proletária.

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