Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A LUTA DE CLASSES


Prefossôra Amanda Gurgel
POR QUEM OS SINOS TOCAM

   Quando a Revolução Russa de 1917 saiu vitoriosa, lançou-se um grande desafio nacional, a educação da massa, e em massa. A Revolução Cubana seguiu os mesmos passos, e como fruto deste processo, goza hoje de um elevado IDH (índice de desenvolvimento humano). 0,863 (2007). Superando até mesmo ao do Brasil, 0,699 (2010).
   Refiro-me a esses exemplos não por paixão, mas porque são fatos Científicos e Históricos irrefutáveis; resultado prático da dialética materialista e histórica.
     Todo e qualquer país desenvolvido socialmente, teve como ponta de lança, a Educação! Mas quando me refiro a educação, não estou falando apenas nos livros didáticos, na merenda aos estudantes, na estrutura do espaço físico... Falo principalmente no cuidado e zelo pelo corpo Docente. Esses abnegados profissionais que são relegados a meros transmissores de conhecimento.
    Nos últimos dias, o País viveu grande comoção Nacional com um pequeno discurso da professora Amanda Gurgel, quando de uma audiência pública sobre a situação da Educação no Rio Grande do Norte. Foi de fato um discurso franco e aberto, revelando a ausência de malícia política, e a abundância de indignação proletária. Ela é incisiva quando se refere ao fato apresentado, diga-se o seu salário de R$ 930,00, como sendo o único fato com propriedade, e sendo os demais apresentados pelos representantes da Burguesia, como sendo apenas para mascarar a realidade objetiva em que vive a categoria. De fato, a burguesia tem necessidade constante de mascarar a verdade para evitar que o proletário descubra que está na exploração da sua força de trabalho, o sustentáculo do Status quo da classe dominante. Ao contrário do proletário, que insiste em revelar a verdade para desmascarar a burguesia. Nisso consiste o antagonismo de classe.
    A professora acusou veementemente a Secretária de Educação Betânia Ramalho, de banalizar e encarar como fatalidade a deprimente conjuntura educacional em que vive o estado. Parece que a Secretária foi infeliz ao acusar a categoria de imediatista, como se a situação não fosse uma ferida crônica de sucessivos governos da burguesia, inclusivo do dela. A professora pontuou bem suas necessidades imediatas, comer, morar, transportar... Isso de fato não pode esperar! O Proletário está com a paciência esgotada, e demonstra isso com sua indignação. O que está ainda distante da Revolta.
     Bom, já passada de certa forma a comoção nacional, podemos fazer algumas considerações aos olhos de certa distância, que acabam por ser mais isenta, sem imediatismos para não sermos acusados também pela Secretária de Educação Betânia Ramalho.
    O desabafo da Professora, acabou por culminar em um impulso espontâneo de massa, movido por uma situação objetiva pontual, de sua categoria. Quanto maior for esse impulso, maior será a necessidade de organização de um projeto de elevação de consciência politica. O problema, é que não há organização revolucionária hoje no Brasil, a altura de capitalizar esse impulso, que nasce, que brota espontaneamente da indignação de um trabalhador aqui e outro ali. Por esse motivo, ele será apenas objeto de especulação midiática e oportunismo político.
    A professora citou um dado. 90% da categoria esta apoiando a paralisação. Isso é fantástico! Mas infelizmente por traz dessa organização está um Sindicato. SINTE, ligado a CUT, uma central sindical pelega e governista, que tem como plataforma ideológica, o economicismo. Tem ainda como presidente a governista Fátima Cardoso, filiada ao PT, partido de cunho revisionista. Ou seja, a linha de pensamento que dirige os professores do RN, é ao estilo Bernstein e Kautsky, no estreito quadro da luta cotidiana, na obscura ausência de uma luta de fato, política. Por esse motivo podemos até prever o desfecho dessa rinha: A provável deslegação do cuscuz dos alunos em beneficio dos professores, e um provável copo de leite para não ser deglutido à seco. Os três dígitos do salário poderão passar para quatro, só que no máximo serão arredondados com zeros. de R$ 930,00 para R$ 1.000,00.
    Essas pequenas concessões econômicas são facilmente concedidas pela burguesia, não custa muito e agrada a todos. O que eles não permitem, são concessões políticas! A, essas que mudariam de fato o medíocre quadro da atual conjuntura nacional. Foi isso que fez a Rússia em 1917, e Cuba em 1969. É isso que a Burguesia teme. Por esse motivo ela só aceita negociar com o sindicato, pois eles são em sua maioria, o símbolo da escravidão ideológica do proletariado pela burguesia.
A indignação transformada em
Revolta!
    Quando a onda da comoção nacional se transformar em quimera, os surfistas da imprensa paga, os politiqueiros, se sentarão na praia a olhar onde se formará a próxima onda de indignação. Entre os Médicos, os Garis, os Metalúrgicos, os Enfermeiros... Até lá, tudo irá bem no reino D'abadia. Nós proletários, voltaremos a produzir o molho que rega a ceia dos abençoados, dos divinos, enquanto guardamos "nossa culpa" pela nossa própria miserabilidade.
   Poderemos transformar nossa indignação em revolta, quando aprendermos a olhar o mundo de frente, em seu desenvolvimento real, de forma dialética. Até lá, aconselho a molhar o cuscuz para não engasgar.


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