Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

AFIRMAÇÃO E NEGAÇÃO DO SUFRÁGIO UNIVERSAL

 O caráter revolucionário do voto nulo no segundo turno


“Nós revolucionários, não pretendemos melhorar ou reformar o modelo de Estado burguês, pretendemos  destruí-lo. Neste pântano forrado de cetim, adornado com flores de perfume jasmim, está à armadilha que se debate a vanguarda da esquerda revolucionaria, com suas narinas já sufocadas de areia pantanosa. E que se digladiam também até entre si, para ver qual dos elementos fraudulentos, consegue primeiro agarrar o galho da vaidade legalista; que servirá de suporte, para sua salvação”.

O VALOR IDEOLÓGICO DO VOTO NULO

A deformação da conduta ideológica dos comunistas, que são levados a participar das eleições e votar no candidato da burguesia que é “mais avançado”; se baseia no preceito de  Lênin, que em determinado momento histórico determinou que a esquerda revolucionaria da Rússia deveria votar nas eleições burugesas. Isso se tornou um determinismo entre os intelectuais seguidistas como sendo um credo. Esse comportamento pode ser avaliado como sendo um desvio ideológico.

Votar no mais “avançado”, no caso do segundo turno, no candidato do PT; não faz diferença para o proletariado.  Pois Dilma representa tanto a burguesia quanto o Aécio. A diferença é que eles representam apenas frações oligarcas diferentes, porém com interesses iguais. A alegação da esquerda, de que com o Lula orientando  a administração do Estado, Cuba e os governos progressistas são beneficiados, é uma falácia. Pois os investimentos financeiros na ilha caribenha, possui apenas um caráter econômico e de natureza capitalista com aplicação de mais valia. Isso a China já faz há algum tempo. E a Odebrecht que está executando as obras, também está financiando a campanha do candidato Tucano. Utilizar este argumento para justificar a participação no sufrágio universal burguês, é uma postura oportunista e não um avanço; pelo contrário, é uma postura contrarrevolucionária e pedante, da esquerda revolucionaria.

Renunciar a participação nas eleições burguesa, e incentivar o voto nulo no segundo turno,  é um ato consciente que deveria ser propagado aos quatro ventos, e soado pelas sete trombetas apocalípticas, a fim de que os selos do obscurantismo fossem rompidos, e o sistema levado a um colapso moral. No momento da contradição conflituosa, o proletariado teria ratificado pela critica da negação, mesmo indo as urnas, a sua insatisfação. Teria então, a classe laboriosa, se elevado a um nível de consciência avançada, e levado a burguesia a um choque de gestão em sua autocrítica.

A negação nem sempre se da pela ausência, ela pode acontecer mesmo diante da afirmação. No período histórico em que Lênin incentivou a participação, a esquerda revolucionária já estava em um estágio avançado de confronto direto com o Czarismo. Em nosso momento histórico, nem mesmo a união de toda a esquerda revolucionária, chega a fazer cócegas nos pés do sistema. Pelo contrario. O incentivo a participação no segundo turno das eleições, apenas  reafirma a democracia burguesa, a cada eleição. Esse comportamento conciliador é típico da pequena burguesia, autointitulada revolucionária. O voto no primeiro turno até pode ser levado em conta enquanto teste de força, e avaliação dos resultados qualitativos do trabalho de formação da consciência de massa. Mas  no segundo turno, na disputa entre a burguesia, ele, o tal voto consciente e obrigatório, no candidato “mais avançado”, não cabe.

QUANDO A AFIRMAÇÃO TORNA-SE NEGAÇÃO E A NEGAÇÃO TORNA-SE AFIRMAÇÃO

Vejamos dois exemplos simplistas para elevar o nível de abstração, compreensão e esclarecimento da contradição, no horizonte da afirmação e da negação. Um patrão dono de uma metalúrgica oferece ao seu escravo assalariado, um aumento de dez por cento em seus vencimentos. Porém no momento do cumprimento do acordo, ele, o patrão, só concede oito por cento. Ele alega que refez suas contas e que o aumento proposto levará a empresa a entrar em dificuldades financeiras, o que poderá acarretar em demissões.  Neste caso, a afirmação só teria se realizado, no universo do cumprimento do acordo anteriormente firmado, que foi de dez por cento. Assim,  ele tornou a afirmação do reajuste em uma negação do próprio reajuste, mesmo no cumprimento relativo de sua palavra, concedendo um aumento relativo abstrato, em relação, e apenas em relação aos dez por cento. Que foi o reajuste de oito por cento.

Em outro polo, o escravo assalariado que havia reivindicado o aumento  de dez por cento, passa a negar a proposta de reajuste afirmativo relativo, do patrão, que foi de oito por cento. Ele alega que o resultado objetivo dos vencimentos não custearão suas despesas de renovação de sua força de trabalho. Ela, a afirmação relativa da proposta de oito por cento, não satisfaz suas necessidades substantivas. Ou seja, ela é para ele uma negação da afirmação. Neste caso, a negação da aceitação da afirmação do patrão, tornou-se uma afirmação relativa, da negação do escravo assalariado. Em relação, e apenas em relação aos oito por cento. Que deveria ser de dez por cento.

Seguidismo é corrupção ideológica

Seguindo este raciocínio lógico, entendemos o porquê da burguesia permitir tanta abertura, e um forte incentivo na participação do sufrágio universal, dentro de sua democracia; muito pouco democrática. Essa cortina de fumaça que referenda e legaliza o representante burguês,    que irá gerenciar os interesses de classe no trono do Estado; além de constituir a AFIRMAÇÃO do caráter reacionário sistêmico, constitui a NEGAÇÃO do caráter revolucionário da abstenção. Serve apenas  para ofuscar o cristalino do olhar político revolucionário, pouco desenvolvido no espírito inconsciente do elemento  proletário.

Nós revolucionários, não pretendemos melhorar ou reformar o modelo de Estado burguês, pretendemos  destruí-lo. Neste pântano forrado de cetim, adornado com flores de perfume jasmim, está à armadilha que se debate a vanguarda da esquerda revolucionaria; com suas narinas já sufocadas de areia pantanosa. E que se digladiam também até entre si, para ver qual dos elementos fraudulentos, consegue primeiro agarrar o galho da vaidade legalista; que servirá de suporte, para sua salvação.


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