Joaquim Barbosa. De proletário a burugês acrítico da escravidão |
RACHADOS PELA CONTRADIÇÃO
Fico a observar atento, as ilusões do proletariado em meio aos reboliços da imprensa em torno de Joaquim Barbosa, presidente do STF. Um ex-proletário, negro, que ascendeu de casse, fazendo parte hoje da burguesia. Não parece possuir questões morais no tocante a exploração humana, e desfruta do poder sem fazer criticas relevantes as atuais conjunturas da relação de classe. Acaba de ganhar um titulo oferecido pela burguesia internacional, que o elegeu como o centésimo homem mais importante do mundo. Na verdade ele aprecia os elogios dentro de uma simbiótica harmonia sistêmica.
Apesar de defender o modelo chamado democrático, com eleições maquiadas para presidente, a burguesia a que ele pertence, se vê sustentada na verdade por pilares, em uma forma de triunvirato. A divisão do poder neste modelo facilita a divisão da riqueza entre os vários setores da burguesia, sem a necessidade e possibilidade de intervenção do proletariado. Assim ela pode tanto legislar, administrar, como julgar e absolver. Nele, não é admitido como referência, o mesmo modelo que é usado para definir democracia às massas. Ao invés de sujeitar toda a liderança sistêmica no poder ao sufrágio universal, apregoado como forma legitima de democracia. Eles entre si, preferem uma votação mais reservada com a participação dos pequenos grupos.
É o que acontece no pilar do Judiciário, quando da nomeação de juízes e desembargadores. Citando também o Supremo Tribunal. No pilar do Executivo, a nomeação de ministros e outros cargos de segundo e terceiro escalão, também fica a critério do sistema de indicação por participação de força política. O terceiro pilar, o poder Legislativo, que forma as leis de repressão, e os mecanismos que facilitam a apropriação da riqueza produzida pelos trabalhadores, não permite que o seu presidente seja levado ao sufrágio universal. Ele é indicado por forças políticas de forma menos democrática. Apenas citando um exemplo vivo do modelo ditatorial, Vimos o caso dos apelos da sociedade para que Renan Calheiros não assumisse a presidência do senado, no entanto, nessas horas, o discurso democrático fica ao largo, como prova desse vácuo de liberdade. Ele foi enfiado goela a dentro do proletariado em meios a protestos. Parece que o sistema de indicação é fator preponderante para a vida da alegada democracia burguesa.
A cada dia são formadas leis, mediante as necessidades da realidade e contradições sistêmicas que se apresentam, a afim de impedir a participação das massas nas decisões nacionais, jogando dentro do templo burocrático do capital, o veredito final da condição vigente.
Tendo em vista que esse modelo faz sustentar o templo do capital Financeiro, Industrial, Agrário e Burocrático, não convém modificá-lo por aparentar uma sólida estrutura. No entanto, quando as contradições intra-classe, fazem expor feridas já em fase de supuração, os poderes entram em conflitos, defendendo os interesses que representam. É nesse momento, que os pilares antes sólidos, começam a balançar e apresentar rachaduras profundas.
Para não atingir diretamente o sistema em um só golpe, os micro-estados que orbitam em torno do centro do poder, como por exemplo, os partidos políticos, que na verdade são mais divisões de frações de classe do que ideológicas, amortizam os impactos da critica direta ao sistema, tornando representantes do proletariado e intelectuais, tolos inocentes. É o caso do historiador Marco Antonio Villa, doutor em historia e mestre em sociologia. Ele coloca em sua critica, o centro da corrupção e na ausência da chamada democracia, no PT. ele afirma que: "O PT não gosta de democracia" e "usou o dinheiro público em esquema de corrupção". Ainda, "se aliou a burguesia nacional", "comprou a maioria no parlamento" e construiu uma "fusão do marxismo com o reacionarismo oligárquico".
Analisemos bem a posição deste intelectual: Já deliberamos em outras considerações, que a burguesia não possui questões morais com a "democracia ou ditadura". Ela visa apenas o interesse da apropriação da riqueza produzida. Para ela não importa se é um homem ou mulher quem governa, se um ex-proletário ou banqueiro ou intelectual, não faz diferença se um partido auto-intitulado de esquerda, centro ou direita. O que importa são os acordos firmados com antecedência. Quanto ao "uso do dinheiro publico pelo PT", não foi e não é, bem como não será diferente de qualquer agremiação partidária da burguesia que se encontre administrando o governo. Quanto ao "alinhamento com a burguesia nacional" isso nunca foi segredo, até porque o partido não teria conseguido chegar ao governo sem essa aliança. Não podemos esquecer o momento da assinatura do consenso de Washington por Lula, e dos elogios dele para com a bolsa de valores. No tocante a "compra do parlamento", isso é perfeitamente natural no sistema democrático capitalista burguês. Sem esse mecanismo de corrupção não se consegue governar.
No entanto, a despeito de toda ingenuidade do intelectual, o que mais insulta é a ausência de conhecimento histórico em sua critica, ao julgar que o PT fez uma "fusão de marxismo com a o reacionarismo oligárquico". O mais inocente dos pesquisadores tem ciência de que o PT nunca foi marxista. O que ele teve em suas fileiras na década de oitenta, foi a adesão de correntes de pensamentos, que por sua vez sempre foram a minoria e nunca tiveram influencia decisiva no partido.
Analisemos bem a posição deste intelectual: Já deliberamos em outras considerações, que a burguesia não possui questões morais com a "democracia ou ditadura". Ela visa apenas o interesse da apropriação da riqueza produzida. Para ela não importa se é um homem ou mulher quem governa, se um ex-proletário ou banqueiro ou intelectual, não faz diferença se um partido auto-intitulado de esquerda, centro ou direita. O que importa são os acordos firmados com antecedência. Quanto ao "uso do dinheiro publico pelo PT", não foi e não é, bem como não será diferente de qualquer agremiação partidária da burguesia que se encontre administrando o governo. Quanto ao "alinhamento com a burguesia nacional" isso nunca foi segredo, até porque o partido não teria conseguido chegar ao governo sem essa aliança. Não podemos esquecer o momento da assinatura do consenso de Washington por Lula, e dos elogios dele para com a bolsa de valores. No tocante a "compra do parlamento", isso é perfeitamente natural no sistema democrático capitalista burguês. Sem esse mecanismo de corrupção não se consegue governar.
No entanto, a despeito de toda ingenuidade do intelectual, o que mais insulta é a ausência de conhecimento histórico em sua critica, ao julgar que o PT fez uma "fusão de marxismo com a o reacionarismo oligárquico". O mais inocente dos pesquisadores tem ciência de que o PT nunca foi marxista. O que ele teve em suas fileiras na década de oitenta, foi a adesão de correntes de pensamentos, que por sua vez sempre foram a minoria e nunca tiveram influencia decisiva no partido.
Voltemos então as contradições do sistema. Por não atender a interesses de fração burguesa, o executivo foi levado a julgamento com a exposição de alguns de seus quadros importantes, no esquema de apropriação indevida da riqueza nacional. Joaquim Barbosa que representa uma fração de interesses, no poder judiciário, protagoniza o processo de punição. No caso expresso do pilar judicial, estão atuando em sua dinâmica, a luta dos contrários. Forças motivadas por postura ideológicas e que receberam incentivos do capital, contra forças de motivação ideológicas e sem incentivos, descontentes, tentam na contrapartida angariar o apoio do coletivo proletário (opinião pública), atuando com uma cortina de fumaça adornada de moral e princípios que não possuem. A atuação dos contrários não é motivada pela ética. Pois os fundamentos ideológicos da democracia burguesa, materializada nos pilares de suas instituições é amoral. Elas atuam em interesse de fração de classe. Agem em direções contrarias para o julgamento da fração do pilar executivo da burguesia, em questão.
Nesse caso, temendo perder a disputa pela absolvição dos imorais velados, o pilar legislativo entra numa queda de força com o judiciário, se antecipando ao sombrio cenário que possa ter o desfecho do julgamento, caso sua fração aliada no poder em questão, perca a a queda de braços. Para isso, um representante do executivo no legislativo, criou a PEC-33. Deputado Nazareno Fonteles (PT PI). Como garantia de vitória, ele traz para o congresso a decisão final do STF, caso a derrota da batalha seja eminente no judiciário.
É lógico que a fração burguesa no poder, contando com a maioria no pilar legislativo, não quer a derrocada total da fração judiciária. Se votada a PEC, e a queda de braços for ganha, em uma segunda rodada, ela seria prontamente substituída por outra, devolvendo ao perdedor, o direito natural a sua organicidade. No entanto, ela pode até nem mesmo ser votada, dependendo do acordo firmado. O que nos deixa curioso e ávidos por uma pesquisa mais avançada, é que parece haver uma inorganicidade social, na conjuntura das classes, tal qual a humana. Não fruto da religião proletária, mas resultado do movimento dialético da contradição do capital.
Os pilares da escravidão proletária |
Lênin já nos alertava no século passado, para tomar cuidado com os adornos da democracia burguesa: "Apresentá-la como democracia em geral ou como democracia 'pura'. Falar de democracia pura, de democracia em geral, de igualdade de liberdade, quando os operários e todos os trabalhadores estão famintos, desnudos, arruinados e torturados pela escravidão assalariada capitalista, enquanto os capitalistas e especuladores continuam possuindo a "propriedade" roubada, e a maquina 'existente' do Estado, é enganar os trabalhadores explorados". (democracia x ditadura)
O que nos deixa contente e ao mesmo tempo decepcionado, é que essas contradições sistêmicas e conflitos da burguesia, podem elevar o nível de consciência política e visão critica dos mais ávidos dentre os proletários. Na contra partida, não possuímos uma organização de vanguarda a altura de cooptar toda essa energia oriunda do movimento social motivada pelo desfecho do caso. No entanto, revelada a face oculta do processo em que estamos inseridos forçosamente, ficamos com a força moral da critica. Mesmo que ainda não tenhamos a força libertaria das armas.
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