Lula trilhou a contra-mão da história revolucionária |
O ASSISTENCIALISMO
Para fazermos uma crítica de caráter científico, e não incorrermos no erro do estreito universo da natureza subjetiva, necessitamos a priori de dois nortes na avaliação. O primeiro é analisar a realidade objetiva de forma imparcial, e o segundo é se abstrair dessa mesma realidade para poder olhar à distância, de forma racional, seus benefícios e ou, suas contradições.
A eleição de Lula foi contagiante para a nação. A burguesia
reacionária não ficou tão atônita com o momento histórico, que se assemelhou ao
da Venezuela de Chaves, quando ele afirmou que “era o fim da direita na
Venezuela”. O que foi uma precipitação do comandante, pois o chavismo hoje se
encontra ameaçado por alguns erros amadores cometidos por ele, conforme
documento que publiquei anteriormente neste blog. O próprio PT, de tão
eufórico, pensou ter realizado uma revolução. O êxtase se estendeu até a Casa
Branca nos EUA, quando da primeira visita do presidente. Ele fez questão de
usar uma boina, estilo à Che Guevara, com a estrela vermelha do PT. No
entanto, os elementos ativos da assessoria do “companheiro Bush”, logo convenceu a comitiva Brasileira
de que os americanos não gostavam do estilo Che.
Ninguém sabe o que de fato aconteceu naquela reunião. No
entanto, ela não deve ter ido além da simples lembrança ao então presidente
Lula, de que ele já havia assinado o consenso de Washington, e mudanças bruscas no
leme da Nau Capitânia da América do sul, não seriam permitidas. Este documento
reacionário foi uma imposição à América Latina, inclusive ao Brasil, por que deu um
norte político e econômico aos interesses das nações Anglo-saxônicas. Foi a partir de sua assinatura, que se
validou a alternância do poder, permitindo então ao PT, assumir o gerenciamento
do Estado Burguês Brasileiro.
Com um projeto conciliador e sem margem para mudanças radicais, Lula rebaixou as tarefas revolucionárias, restando como opção, apenas o assistencialismo enquanto plataforma de governo. Em
seus oito anos de administração, seguiu como orientação o continuísmo do
projeto tucano, que teve sucesso com o plano real e o equilíbrio econômico. A
explosão monetária foi possível devido a abertura da economia para a entrada de capital estrangeiro,
especulativo. Lula desfrutou em seu governo, da Genesis desenvolvimentista da
ideologia Neo Liberal de FHC. Pode-se observar com clareza que o PT não se
desviou do projeto revolucionário Brasileiro, porque nunca teve um, de fato. Fernando Henrique chegou a
declarar publicamente: “não há diferenças ideológicas entre o PT e PSDB”.
Sem um norte ideológico, Lula acentuou a crise histórica do proletariado, e optou pelo continuísmo
conformista dos projetos burgueses assistencialistas tucano. O primeiro foi a
ampliação do programa Bolsa Família. Havia de fato uma demanda contida pelo
histórico social de exploração humana, nos sucessivos governos orientados pelo
capital. Na prática esse programa trouxe pouco resultado objetivo qualitativo,
a despeito das estatísticas bem elaboradas. Seu resultado foi meramente
político, elevando Lula ao pedestal dos panteões. O segundo programa foi:
Universidade para todos. Esse foi de fato oportunista e caiu como uma luva,
agradando a gregos e a troianos. Ele foi
uma exigência do interesse do capital internacional, a fim de ampliar o ciclo
de renovação do capital nacional. Abrindo assim, o caminho para os grandes
investidores internacionais, em um futuro próximo, depois de estabelecida,
claro, a alienação cultural do ensino
privado, superior.
A principio nos parece, à grosso modo, que todos esses
benefícios oriundos dos recursos públicos foram bem direcionados. Que o
proletariado, a classe “beneficiada” nos projetos assistencialistas, foi de
fato assistida. No entanto, uma avaliação em uma ótica mais crítica e
ampliada, logo perceberemos o comportamento struvista, com um claro obscurecimento da consciência de classe, oriunda de diversas contradições conciliadoras que iremos descobrir juntos, na próxima publicação do Tomo II. Entenderemos por que Lula foi um instrumento da democracia burguesa. Por hora nos basta essa introdução para não
tornarmos a leitura e o entendimento, cansativos.
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