Um povo marcado pela dor |
Quando eu era adolescente, fui ensinado por líderes religiosos a não acusar as pessoas. Pelo simples fato de que, quando se aponta um dedo para alguém ou algo, você tem três outros voltados para você, te acusando de suas próprias falhas. Esse ensinamento até que me levou a acirrar a luta interna de minhas contradições e me tornou mais tolerante. Hoje consigo enxergar as criticas do mundo que me cerca de forma mais cética. Principalmente quando ela parte dos poderes constituídos da Burguesia mundial.
A morte do líder Norte Coreano Kim Jong-II já era esperada. O velho líder sofria de complicações cardíacas. Cumpriu o seu papel, e passou para a história proletária mundial, garantindo o seu quadro com moldura dourada na parede dos imortais. Agora assume o seu filho, Kim Jong-Un, como líder de um povo sofrido, espoliado, e que tem em seu legado, um lamento. Um pranto de dor.
Relembrando a História desse pequeno País da Península Coreana, fronteira com dois gigantes mundias Rússia e China, a Coréia é em sua essência, uma nação de um povo valoroso, destemido e unido. Invadido pelo império Japonês, seu povo foi humilhado, escorraçado, estuprado e vendido como escravos. Quando as forças de resistências populares com o apoio da China e da Ex-URSS, expulsaram os invasores, veio então o massacre Norte Americano, que tinha grande interesse estratégico na região. No mesmo tom, e com o mesmo ímpeto, o pequeno povo resistiu valentemente até que foram vendidos em um acordo pelas potências nucleares vigentes da época. Assim, o cessar fogo teve como castigo a divisão das famílias em dois Países, em duas Nações.
Sofrendo constantes ameaças de invasão por parte dos Estados Unidos, que mantém ao longo de suas fronteiras mais de quarenta mil soldados fortemente armados, a Coréia do Norte não viu outra alternativa senão construir um poderio militar desproporcional à suas condições financeiras e estrutural. Esse é o preço da liberdade que esse brilhante povo paga até hoje.
Não é por acaso que o Japão e a América tem medo da Coréia. Eles sabem, e só eles sabem os sofrimentos que causaram e causam até hoje para este povo. As acusações de que o pais se fechou para o mundo, apontam três outros dedos para os EUA e Japão, que em sua hipocrisia, não admitem terem fechado o mundo para a Coréia. Tentam justificar a construção de armas nucleares para a própria defesa como o motivo para o isolamento. Os USA já violaram mais de quarenta acordos com a pequena nação, inclusive no envio de 50mil toneladas de petróleo em troca da paralisação do programa nuclear, que se deu em julho de 2007. São constantes as provocações Norte Americanas de violação do espaço aéreo, e incentivo à Coréia do Sul a instigar militarmente o Norte. Episódio mais recente foi visto quando do afundamento de um submarino Sul Coreano supostamente pelos Estados Unidos, que acusou o Norte pelo evento tentando abalar a paz na região. Especialistas Russos desvendaram a farsa.
Em seguida o Sul mais uma vez em exercícios de guerra na fronteira do Norte, bombardeou uma ilha povoada matando dezenas de pessoa. Pyongyang respondeu a altura com centenas de misseis contrários. A imprensa Ocidental logo se apressou a tegervisar o incidente acusando de pronto o Pais Socialista pelo início do confronto. Um conflito armado entre as duas Coreias beneficiaria as empresas armamentistas Norte Americanas em lucros trílionários, e renovaria o capital do já agonizante sistema capitalista dos EUA, em constante crise. Além de tudo, a Rússia mantém na região um poderoso arsenal nuclear. Um conflito na península, seria a chance que os EUA buscam para manterem na fronteira da Rússia e China, uma vigilância permanente e próxima, com um poderoso arsenal de guerra. E com a benção da ONU.
Obama e a falsa moral Americana |
Quanto as ogivas nucleares defensivas, da coreia, em nada se compara com as cinco mil, cento e treze, do arsenal dos EUA. Dez mil da Rússia. As trezentas da França. As duzentas e quarenta da China, cento e oitenta da Inglaterra. Oitenta de Israel. Oitenta da Índia. E setenta do Paquistão.
Queremos um mundo livre de armas atômicas? Sim queremos. Mas enquanto os condenadores mantém seus arsenais pronto para atacar, não se pode proibir a Coréia de se defender. Neste caso, no tribunal da história, o accusatus in antecessum é a única vítima, e os condemnare qui in antecessum, avocam para si a moral que não lhes pertence. Pois nada mais são, do que condenáveis.
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