Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

PRINCÍPIOS OPERANTES DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA -TOMO VII -

"A morte de uma organização acontece quando os de baixo já não querem e os de cima já não podem"(lênin)

DA CONSTRUÇÃO  DE ESTRUTURAS

O princípio da organização é fundamental para a construção de uma estrutura revolucionária, que tem como proposta  se contrapor à estrutura burguesa. Os anarquistas normalmente propõem a organização oriunda do movimento espiritual espontaneísta das massas; no entanto, a história mostra que esse modelo oriundo da necessidade objetiva dos oprimidos, tem suas limitações, ao trilhar o caminho elevado, até o pico do monte revolucionário.

Entendemos claramente a necessidade de olharmos para o passado, a fim de compreendermos o presente e prepararmos o futuro. Neste norte, Lênin foi o Aio ideológico do princípio organizacional das massas. Ele propôs com sucesso o modelo de organizações, como organismos revolucionários, para construção de estruturas financeiras e de formação política. 

Trilhando este caminho, e entendendo a necessidade da construção de uma superestrutura revolucionária, vimos a necessidade do primeiro passo adiante, com a inauguração de uma organização que possa representar os anseios de uma sociedade oprimida e temerosa, de um Estado policialesco com adornos de democracia.

A inauguração da Associação Campesina Vladímir Lênin, no distrito do Rio Pardo, Porto Velho, Rondônia; se constitui em sua forma orgânica, em uma instituição de cunho popular, a fim de suprir as necessidades espirituais e ideológica, da massa campesina e proletária da região. Entendemos que a luta ideológica, enfrenta dificuldades dentro dos organismos alienatórios do sistema, primeiro pelo monopólio das estruturas que circundam o Estado, como a Igreja, a Imprensa e a Escola. Eles precisam ser combatidos com o bom combate da verdade e a massificação da ideia, através de constantes documentos esclarecedores de suave cunho linguístico, e com ideias revolucionárias.

O segundo entrave está no seio corrompido do idealismo pequeno-burguese. Talvez esta seja uma das mais importantes barreiras a serem rompidas com fortes ondas; oriundas do mar aquecido pela chama ardente do fogo revolucionário. Esta classe social que constrói entraves obscurantistas, é a principal responsável pelo andar atartarugado da construção de uma estrutura revolucionária. Em seus sonhos idealistas de poder, e com suas deias corrompidas, ela tropeça em seu divisionismo egoísta e crucifica o seu próprio messias.

O terceiro e não menos importante entrave na região é o medo. O Estado repressor agiu recentemente com violência sobre a comunidade local. Foram efetuadas prisões arbitrárias, dentre as quais ainda permanecem trabalhadores encarcerados há mais de um ano.

O rompimento desses entraves só poderá acontecer, com a construção elaborada de um campo de batalha ideológico; sendo este o melhor organismo para romper os grilhões e desenvolver a consciência de classe. Porém é preciso ressaltar que estes organismos por si só não oferecem garantias de sucesso, sem um braço forte de uma vanguarda revolucionária que garanta a caminhada do andor. 

Para resolver este último entrave, a aliança da associação com a LCP - liga dos camponeses pobres -, foi um grande avanço na construção da estrutura revolucionária Brasileira. O resultado desta aliança já pode ser visto com a conquista de estruturas para o distrito do Rio Pardo. Em reunião com a Eletrobras, a ação contundente da LIGA, foi fundamental para aterrorizar o representante do Estado Burgues, que se viu forçado a estabelecer prazo para o acendimento da luzes no distrito. Ainda com esse apoio, está encaminhada a resolução dos sem terra que foram despejados da Flôna Bom Futuro.

O caráter de uma organização que preserve seu norte revolucionário, é fundamental para a conquista da consciência tanto do proletariado como do campesinato. Essa gente simples, se apega como uma criança aos que acalentam seus sonhos de dignidade; conforme os ditames de sua consciência. Suas aspirações são justas, elas são uma exigência natural da necessidade substantiva. Elas nascem no córtex do inconsciente; mesmo do elemento deformado, corrompido pelas promessas amorosas dos ideias burgueses. é fruto da economia da natureza, que busca preservar a reprodução, que é principal organismo da vida. Porém, apedrejam sem quaisquer questão moral os lobos vestido de ovelhas que tentam desviar o rebanho do norte de suas necessidades. A ausência da moral revolucionária leva a qualquer vanguarda ao fogo do inferno. "Pois a morte de uma organização acontece quando os de baixo já não querem e os de cima já não podem". (lenin).










domingo, 26 de abril de 2015

             
Pedro Justino Pereira
(saudades)



  MEU VELHO PAI

I
Ah! Meu velho pai
Na velhice junto a mim eu ti queria.
Mas na sepultura onde estás...
Quero-te ainda!

II
Ainda consegues ouvir a minha prece?
Esses dias ainda de ti lembrava;
Lembrava do quão pouco te conheci.
Apesar do muito que contigo sonhei, e assim vivi!

III
 Mas são dias idos...
Chorados, sorridos...sei La.
Nada à lamentar...
As vezes nem quero lembar!

                        

domingo, 8 de março de 2015

O DESPOTISMO DA JUSTIÇA AMERICANA

Fidel e os cinco ante terroristas presos injustamente nos EUA

"Disponho, desde ontem, afortunadamente, de tempo suficiente para solicitar-lhes que invertam uma parte de seu imenso prestígio em algo que será sumamente útil a nosso povo."

ENTREVISTA COM FIDEL

Os recebi no sábado, 28 de fevereiro, 73 dias depois de pisarem em terra cubana. Três deles haviam consumido 16 largos anos de sua mais plena juventude respirando o ar úmido e repugnante dos sótãos de uma prisão ianque depois de serem condenados por juízes venais. 

Outros dois, que igualmente tratavam de impedir os planos criminosos do império contra sua Pátria, foram condenados também a vários anos de um prisão brutal.


Os próprios organismos de investigação, alheios por completo ao mais elementar sentido de justiça, participaram do encarceramento desumano.

A inteligência cubana não necessitava, em absoluto, seguir os movimentos de uma só equipe militar dos EUA, por que isto podemos fazer em todo o espaço sobre a terra através da Base de Exploração Radioeletrônica “Lourdes”, ao sul da capital de Cuba. Este centro é capaz de detectar qualquer objeto que se mova a milhas e milhas de nosso país.
Os cinco heróis antiterroristas, que nunca fizeram dano algum aos EUA, tratavam de prevenir e impedir atos terroristas contra nosso povo, organizados por órgãos de inteligência estadunidenses que a opinião mundial conhece sobejamente.

Nenhum dos Cinco Heróis realizou suas tarefas em busca de aplausos, prêmio ou glória. Receberam seus honrosos títulos por que não o buscaram. Eles, suas esposas, seus pais, seus filhos, seus irmãos e seus concidadãos, temos o legítimo de direito de nos sentirmos orgulhosos.

Em julho de 1953, quando atacamos o quartel Moncado, eu tinha 26 anos e muito menos experiência do que a que eles demonstraram. Se estavam nos EUA não era para fazer dano a esse país, ou realizar vingança pelos crimes que ali se organizavam e abasteciam de explosivos contra nosso país. Tratar de impedí-los era absolutamente legítimo.
O principal em sua chegada era saudar seus familiares, amigos e ao povo, sem descuidar um minuto a saúde e um rigoroso controle médico.

Fui feliz durante horas ontem. Escutei relatos maravilhosos de heroísmo do grupo presidido por Gerardo e apoiado por todos, incluindo o pintor e poeta, ao que conheci enquanto construía uma de suas obras no aeródromo de Santiago de Cuba. E as esposas? e os filhos e filhas? as irmãs e mães? Não as vai receber também a elas? Pois também há que celebrar o regresso e a alegria com a família!

Ontem, de imediato, queria intercambiar com os Cinco Heróis. Durante cinco horas esse foi o tema. Disponho, desde ontem, afortunadamente, de tempo suficiente para solicitar-lhes que invertam uma parte de seu imenso prestígio em algo que será sumamente útil a nosso povo.

Fidel Castro, 1 de Março de 2015.

domingo, 11 de janeiro de 2015

A UTOPIA FEMINISTA - TOMO V -

 O caráter opressor e contra revolucionário da ideologia feminista.
“Para elucidar o complexo enigma do conjunto de leis naturais, é preciso um nível de abstração elevada; e de aguçar o código da inteligência do questionamento. Da dúvida e da crítica. Dirimir as contradições intestinais, conflituosas; geradas por elementos estressantes de conteúdo material e espiritual, com rótulos culturais e sistêmicos”.

DA LUTA DE CLASSES À LUTA DE GÊNEROS

DOS OBJETOS DE USO DA NATUREZA

A necessidade de aceitarmos e convivermos com leis naturais é imperiosa. É delas e por elas que podemos entender a nossa origem e construir nossas relações orgânicas e inorgânicas. Enquanto objetos de uso da natureza, pois é o que somos, dividimos com outros objetos externos [observados a partir do que nos é interno] no ambiente universal de forma igualitária, relativa; os espaços ocupados.  A igualdade relativa é gerada exclusivamente pela dependência entre os iguais, enquanto gêneros, e ou diferentes, pelo impulso espiritual da natureza, a fim de manter o ciclo da vida na terra. Vimos anteriormente que o elemento só pode ser igual a si mesmo, enquanto em sua natureza, pela negação. Pois com relação a outros elementos, a igualdade só pode se dar enquanto relativa, mediante a uma negação da própria negação. O princípio segue atingindo também o produto e os objetos da natureza, incluindo as espécies e suas variedades. Ele serve como lei geral de relação entre coisas.

Quando as coisas, ou objetos de uso da natureza, sejam elas de origem mineral, vegetal ou animal, se necessitam entre si, [para poder realizar o propósito de sua existência]  motivada pela impulsão comunicada,  elas entendem que necessitam se anularem de forma relativa a fim de cumprirem o propósito de sua união, que é servir à natureza dos organismos, vivos ou inanimados.  E ainda continuarem a serem objetos de uso da natureza das condições; manipulados pela força impulsora. Segundo Darwin, a natureza é uma “ação combinada e os resultados complexos de um grande número de leis naturais; e, por leis, a série de fatos que temos reconhecido”. Por esse motivo, mediante uma linha de autoridade natural entre os objetos organizados, frente à natureza, se estabelece uma ordem de dependência, de forma natural entre grupos de objetos, e ou objetos isolados. Desta forma, a natureza constrói e mantém a sua economia.

Entendemos por anulação relativa, não a negação da natureza do objeto em si, ma sim do estado espiritual da natureza do objeto. Desta forma, no momento do ponto de colapso na relação entre as coisas, depois da sua decomposição, o estado natural se mantém, pois ele é de propriedade de um todo; e uma fração do conjunto que se fragmenta e se recompõe, mediante ao movimento  materialista dialético. Assim, segue renovando-se o espiritual, no momento de uma nova construção. O equacionamento das leis fundamentais deste movimento dialético da natureza é um organismo necessário. É também um código permanente para sua própria economia.  

Como vimos no tomo IV, um simples exemplo do objeto de uso da natureza; um João de Barro, motivado por uma impulsão comunicada, faz uso do produto argila para construir um abrigo para si, sua companheira e sua prole. A argila enquanto produto mineral da natureza serviu na escala da linha de autoridade, a um objeto de escalão superior enquanto modelo de organização; na ordem da dependência.  Neste caso, a relação foi à anulação relativa da argila, a fim de se tornar um objeto de uso da natureza. Porém ainda em uma escala inferior, apesar de sua igualdade relativa [apenas enquanto negação de ambos] com o objeto João de barro. Quando a argila renunciou a sua natureza espiritual, superando os entraves da sujeição ao João de barro para se tornar a sua casa, ela cumpriu a já citada, lei econômica da natureza. Ela elevou-se ao status de objeto de uso e fruto da natureza, em uma escala de igualdade relativa enquanto grandeza de valor com João de barro; porém qualitativamente diferente.

Para elucidar o complexo enigma do conjunto de leis naturais, é preciso um nível de abstração elevado; e de aguçar o código da inteligência do questionamento. Da dúvida e da crítica. Dirimir as contradições intestinais, conflituosas; geradas por elementos estressantes de conteúdo material e espiritual, com rótulos culturais e sistêmicos.


Esperamos com pacincia a passagem da
 onda da história! (lênin)
Necessitamos entender o homem a partir da observação interna, como um objeto da natureza. Organizado por sua força impulsora, para o seu uso e fruto. E porque a natureza organizou a vida?Segundo Darwin, o propósito da vida é a reprodução. Para podermos entender esse enigma, necessitamos entender se é o objeto homem que expressa o valor no ato da reprodução na natureza, ou é o valor natural do objeto que expressa o tal valor. Pois a expressão de valor tanto pode, enquanto pólos equidistantes, ter o mesmo conteúdo espiritual e mesmo assim oporem-se, e se excluírem mutuamente. Continuaremos no TOMO VI.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A UTOPIA FEMINISTA - TOMO IV -

Dicotomia feminista entre o sonho e a realidade.
“Não se pode imaginar que no universo, tanto dos elementos, dos produtos e dos objetos de uso da natureza, não haja uma ordem natural de subordinação espontânea entre as coisas.”

DA NATUREZA DAS CONDIÇÕES DOS PRODUTOS E OBJETOS

Dando sequência a nossa pesquisa, de onde partimos do elemento; seguiremos para o entendimento da natureza do produto e seu desenvolvimento; até a forma de objeto natural. Passaremos também pelo processo de evolução espontânea, enquanto função de uso pela natureza. Este desenvolvimento ou evolução é um organismo da natureza, e necessário enquanto interesse da própria natureza. É quando ela troca o elemento e renova o produto constituído; podendo ser relativa ou não. Porém, tendo sempre um resultado de natureza qualitativa, no processo da evolução.

O caráter da relação entre o elemento A e B, conforme citamos no TOMO II, origina-se dentro do caos, por um processo espontâneo de grandeza positiva. Porém isso acontece por uma necessidade imperativa, e apenas de satisfação da natureza da própria relação. Dessa forma ele se constitui enquanto produto organizado com uma função e valor agregado. Esse movimento dialético de evolução pela negação gera uma dependência simbiótica, agregando vida espiritual inorgânica à natureza dos produtos.

Essa valsa veneziana entre os produtos se constitui, no ponto central da relação entre as coisas. Citamos anteriormente o produto argila enquanto união dos elementos na natureza, para facilitar o entendimento. Porém ele é apenas um produto com um valor mínimo enquanto produto organizado, e sua função de uso é apenas relativa. Sua grandeza de valor não difere dos demais produtos naturais; nesse norte, apenas a sua função de uso qualitativo exerce um valor desigual; seja este valor, de caráter afirmativo positivo ou negativo. Lembremos que o produto, enquanto resultado objetivo de uma relação elementar, é apena uma fração da relação universal do conjunto dos produtos.

Para que ele, o produto, se torne um objeto essencial a serviço, e para uso da natureza que o organizou, necessita se relacionar com os seus equivalentes. A sua natureza, e a natureza organizadora exige dele, de igual forma que exigiu do elemento, uma negação relativa a fim de agregar-lhe valor e estabelecer a sua nova função no mundo das coisas organizadas. O produto só consegue cumprir a sua função de uso pela natureza se estiver disposto a entrar em concorrência com os outros produtos, que às vezes se torna uma concorrência desleal. Para não ser descartado, ao ponto em que concorre, ele se esforça para construir uma união relativa com os outros produtos e dar continuidade a sua própria existência.

Não podemos imaginar que no universo tanto dos elementos, dos produtos e dos objetos de uso da natureza; não haja uma ordem natural de subordinação espontânea entre as coisas. Entre os grupos que se agregam e se submetem a outros grupos para continuarem agregados e exercendo sua função natural, por uma “impulsão comunicada.” (Darwin). Se não fosse assim, não haveria espaço para um processo dialético de desenvolvimento, e o caos, não sujeito a uma força externa de relação espontânea em si mesmo, promoveria a desorganização; e as condições uniformes entrariam em colapso, culminando com o fim. Nós não possuímos compreensão perfeita desta lei natural de subordinação espontânea das coisas. Pois esse enigma da natureza organizadora e sua relação espiritual com a natureza dos elementos e produtos, ainda carecem de estudos mais profundos. Eu também não encontrei referencia filosófica a altura para este assunto. A nossa intervenção neste caso é apenas de observação superficial.

Vamos tentar facilitar o entendimento com um simples exemplo de negação, e relação simbiótica do produto com o objeto, no processo de superação dos entraves em sua cadeia de evolução, ao objeto organizado. Decidimos então tomar como exemplo, o João de Barro. Enquanto espécie já desenvolvida, atuando enquanto objeto de uso da natureza, ele transforma o produto C (argila), enquanto agente natural, e mediante a impulsão comunicada; em objeto de uso da natureza para o próprio desenvolvimento da natureza. Essa relação equacionada entre produto e objeto, permite que o João de Barro, construa sua moradia a fim de oferecer garantias a continuação de sua espécie.

No momento em que o produto C se nega enquanto produto, ele aceita uma relação de subordinação ao objeto, promovendo uma união relativa para servir a um novo proposito em favor da natureza. Ele concorre nesse momento com outros produtos e até mesmo com objetos formados para fazer valer a sua função natural. Agora em seu estado avançado enquanto objeto de uso (casa do João de barro), ele concorrerá em uma ordem elíptica de evolução com os demais produtos em uma cadeia superior. Isso só foi possível, devido ao principio da negação e da subordinação espontânea. Esse parece ser o código alfa do processo de desenvolvimento das coisas.

"Ideias são mais
 letais que armas".
Caso o elemento C se negasse à sua negação ao João de Barro, ele promoveria um ponto de colapso na ordem natural, desmontando uma cadeia de desenvolvimento de natureza orgânica e inorgânica. Porém, enquanto objeto constituído ele se permite renovar em tempos e tempos, para cumprir uma
reorganização espontânea do processo qualitativo de desenvolvimento. Ele voltará a ser argila e em seguida barro e água. Esse ciclo permite que ele retorne ao seu estado de produto, e até de elemento, para se reorganizar e voltar ao seu estado evoluído de objeto. Este entendimento, do principio da negação, da subordinação e da união espontânea nos dará suporte para à compreensão no futuro, da constituição de uma ordem natural na cadeia de vida entre as espécies, bem como na constituição de uma ordem social. Entenderemos também quais os danos que uma ideia doente pode causar a toda uma ordem natural de vida. 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A UTOPIA FEMINISTA - TOMO III -

"A crítica é um organismo do pensamento organizado. Necessário para levar a reflexão e reorientação de um norte, supostamente desorientado. É um questionamento que enquanto consciente, pode levar a auto-crítica."

A CRÍTICA DA CRÍTICA

Decidi adiar a publicação da pesquisa na busca da uma lei geral da relação de gênero, a fim de esclarecer alguns mal entendidos que se revelaram desde a publicação do TOMO II. Eu estava ciente de que haveria severa oposição a ideia. Pois estamos vivendo um momento histórico muito sensível, onde o materialismo se encontra em uma crise sem precedentes, desde os anos oitenta; com os questionamentos que levaram ao fim da URSS.

Com um espaço vazio na história materialista, a burguesia reacionária passou a assumir um novo projeto de manipulação de consciência da massa. Ele deveria ser de caráter emotivo, buscar no cerne da psiquê proletária, o processo antidiatético do pensamento. O código racional deveria ser anulado e um Eu passivo construído. O resultado objetivo deste projeto, se pode ver na nova geração de jovens alienados em busca de uma personalidade ou de um projeto para seguir e cultuar. E quando a encontram, tornam-se seguidistas e renegam a ciência em nome do moderno, do emocional, do romântico, e pasmem: Em nome da liberdade que mais se assemelha ao liberalismo. Pensar diferente se tornou anormal.

Com o novo pensamento construído, emotivo e romântico, tudo que lembre a realidade objetiva e materialista, é motivo de susto e arrepios. A linguagem cientifica se tornou um absurdo. Incompreendida. O nível de entendimento e capacidade de abstração, desceram até o limiar do submundo de Hades. Mas eu já esperava por isso. E estava pronto para receber as criticas das mais diversas naturezas. Alguns estão dizendo que minha pesquisa é de caráter Nazista. Outros me acusam de reacionário. Alguns de machista. Ainda há aqueles que dizem serem meus textos muito complexos para o entendimento. E há aqueles que se sentem ofendidos, e nem sei por que. Enfim...entre mortos e feridos, acredito que todos encontrarão o seu norte, com os esclarecimentos futuros nos próximos TOMOS.

Eu acredito que a crítica é salutar e necessária. Ela sempre será bem vinda, tendo como origem o intelectual, o estudioso, o curioso, o romântico, o sonhador, o ofendido, e até mesmo o idiota. A crítica é um organismo do pensamento organizado. Necessário para levar a reflexão e reorientação de um norte, supostamente desorientado. É um questionamento que enquanto consciente, pode levar a auto-crítica. Eu a aceito de bom grado, no entanto, gostaria que ela tivesse um sentido que levasse a reflexão. Que não tivesse uma origem na revolta. Que não fosse pessoal, infantil e de baixo nível ideológico. Que ela seja serena, consciente, imparcial, e acima de tudo que seja pautada dentro de uma análise cientifica.

Espero sinceramente que os críticos não se ofendam por serem criticados. Pelo contrário, desejo que continuem lendo, relendo e criticando. Que sejam sugestivos, colaboradores e inteligentes. Que possam compreender o meu proposito, de levar esclarecimento cientifico a uma sociedade empobrecida de consciência cientifica. De reorientar o norte revolucionário de uma vanguarda à galope, perdida nas pradarias, de ideologias fraudulentas.








sexta-feira, 31 de outubro de 2014

AFIRMAÇÃO E NEGAÇÃO DO SUFRÁGIO UNIVERSAL

 O caráter revolucionário do voto nulo no segundo turno


“Nós revolucionários, não pretendemos melhorar ou reformar o modelo de Estado burguês, pretendemos  destruí-lo. Neste pântano forrado de cetim, adornado com flores de perfume jasmim, está à armadilha que se debate a vanguarda da esquerda revolucionaria, com suas narinas já sufocadas de areia pantanosa. E que se digladiam também até entre si, para ver qual dos elementos fraudulentos, consegue primeiro agarrar o galho da vaidade legalista; que servirá de suporte, para sua salvação”.

O VALOR IDEOLÓGICO DO VOTO NULO

A deformação da conduta ideológica dos comunistas, que são levados a participar das eleições e votar no candidato da burguesia que é “mais avançado”; se baseia no preceito de  Lênin, que em determinado momento histórico determinou que a esquerda revolucionaria da Rússia deveria votar nas eleições burugesas. Isso se tornou um determinismo entre os intelectuais seguidistas como sendo um credo. Esse comportamento pode ser avaliado como sendo um desvio ideológico.

Votar no mais “avançado”, no caso do segundo turno, no candidato do PT; não faz diferença para o proletariado.  Pois Dilma representa tanto a burguesia quanto o Aécio. A diferença é que eles representam apenas frações oligarcas diferentes, porém com interesses iguais. A alegação da esquerda, de que com o Lula orientando  a administração do Estado, Cuba e os governos progressistas são beneficiados, é uma falácia. Pois os investimentos financeiros na ilha caribenha, possui apenas um caráter econômico e de natureza capitalista com aplicação de mais valia. Isso a China já faz há algum tempo. E a Odebrecht que está executando as obras, também está financiando a campanha do candidato Tucano. Utilizar este argumento para justificar a participação no sufrágio universal burguês, é uma postura oportunista e não um avanço; pelo contrário, é uma postura contrarrevolucionária e pedante, da esquerda revolucionaria.

Renunciar a participação nas eleições burguesa, e incentivar o voto nulo no segundo turno,  é um ato consciente que deveria ser propagado aos quatro ventos, e soado pelas sete trombetas apocalípticas, a fim de que os selos do obscurantismo fossem rompidos, e o sistema levado a um colapso moral. No momento da contradição conflituosa, o proletariado teria ratificado pela critica da negação, mesmo indo as urnas, a sua insatisfação. Teria então, a classe laboriosa, se elevado a um nível de consciência avançada, e levado a burguesia a um choque de gestão em sua autocrítica.

A negação nem sempre se da pela ausência, ela pode acontecer mesmo diante da afirmação. No período histórico em que Lênin incentivou a participação, a esquerda revolucionária já estava em um estágio avançado de confronto direto com o Czarismo. Em nosso momento histórico, nem mesmo a união de toda a esquerda revolucionária, chega a fazer cócegas nos pés do sistema. Pelo contrario. O incentivo a participação no segundo turno das eleições, apenas  reafirma a democracia burguesa, a cada eleição. Esse comportamento conciliador é típico da pequena burguesia, autointitulada revolucionária. O voto no primeiro turno até pode ser levado em conta enquanto teste de força, e avaliação dos resultados qualitativos do trabalho de formação da consciência de massa. Mas  no segundo turno, na disputa entre a burguesia, ele, o tal voto consciente e obrigatório, no candidato “mais avançado”, não cabe.

QUANDO A AFIRMAÇÃO TORNA-SE NEGAÇÃO E A NEGAÇÃO TORNA-SE AFIRMAÇÃO

Vejamos dois exemplos simplistas para elevar o nível de abstração, compreensão e esclarecimento da contradição, no horizonte da afirmação e da negação. Um patrão dono de uma metalúrgica oferece ao seu escravo assalariado, um aumento de dez por cento em seus vencimentos. Porém no momento do cumprimento do acordo, ele, o patrão, só concede oito por cento. Ele alega que refez suas contas e que o aumento proposto levará a empresa a entrar em dificuldades financeiras, o que poderá acarretar em demissões.  Neste caso, a afirmação só teria se realizado, no universo do cumprimento do acordo anteriormente firmado, que foi de dez por cento. Assim,  ele tornou a afirmação do reajuste em uma negação do próprio reajuste, mesmo no cumprimento relativo de sua palavra, concedendo um aumento relativo abstrato, em relação, e apenas em relação aos dez por cento. Que foi o reajuste de oito por cento.

Em outro polo, o escravo assalariado que havia reivindicado o aumento  de dez por cento, passa a negar a proposta de reajuste afirmativo relativo, do patrão, que foi de oito por cento. Ele alega que o resultado objetivo dos vencimentos não custearão suas despesas de renovação de sua força de trabalho. Ela, a afirmação relativa da proposta de oito por cento, não satisfaz suas necessidades substantivas. Ou seja, ela é para ele uma negação da afirmação. Neste caso, a negação da aceitação da afirmação do patrão, tornou-se uma afirmação relativa, da negação do escravo assalariado. Em relação, e apenas em relação aos oito por cento. Que deveria ser de dez por cento.

Seguidismo é corrupção ideológica

Seguindo este raciocínio lógico, entendemos o porquê da burguesia permitir tanta abertura, e um forte incentivo na participação do sufrágio universal, dentro de sua democracia; muito pouco democrática. Essa cortina de fumaça que referenda e legaliza o representante burguês,    que irá gerenciar os interesses de classe no trono do Estado; além de constituir a AFIRMAÇÃO do caráter reacionário sistêmico, constitui a NEGAÇÃO do caráter revolucionário da abstenção. Serve apenas  para ofuscar o cristalino do olhar político revolucionário, pouco desenvolvido no espírito inconsciente do elemento  proletário.

Nós revolucionários, não pretendemos melhorar ou reformar o modelo de Estado burguês, pretendemos  destruí-lo. Neste pântano forrado de cetim, adornado com flores de perfume jasmim, está à armadilha que se debate a vanguarda da esquerda revolucionaria; com suas narinas já sufocadas de areia pantanosa. E que se digladiam também até entre si, para ver qual dos elementos fraudulentos, consegue primeiro agarrar o galho da vaidade legalista; que servirá de suporte, para sua salvação.