Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

domingo, 27 de janeiro de 2013

NO CARNAVAL DA VIDA

O show é da Burguesia
O ÚLTIMO ANDOR

    O mais antigo carnaval que me lembro, eu tinha por volta de uns quinze ou dezesseis anos. Era manhã, e eu estava trabalhando no balcão da farmácia de minha mãe. Amigos e irmãs tentavam em vão me arrastar para a folia da bebedeira e do mela-mela. Eu era caçoado de careta e anti-social. Eu  olhava  era com ceticismo toda aquela empolgação, pois eu já sabia que o resultado final daquela euforia seria uma tremenda dor de cabeça pela ressaca, e uma sensação de vazio. De se perguntar: Por quê? Na verdade eu ainda não entendia, que no fundo do contexto da construção social, tudo aquilo fazia parte da opera burguesa encenada para o proletariado. Amigos e irmãos eram nada mais que figurantes. Intelectuais e formadores de opinião se arvoravam em alardear aos quatro ventos que essa era a base da verdadeira democracia, e da conciliação das classes. Estávamos no governo do então, General João Batista Figueredo.
    Já adulto, no governo Lula, eu trabalhava como taxista na rodoviária do Rio de Janeiro, onde havia uma figura humana que se chamava Macário. Era de pele escura e magro. Aliás muito magro. Talvez pelo efeito do uso das drogas, incluindo o álcool. Lavava os carros dos profissionais da praça e fazia avião para os que fossem trabalhar a noite. Macário desfilava pela escola de samba Mangueira, todos os anos ele "brilhava na passarela", esverdeado e branco, na velha guarda, penso eu. Ele sonhava com esse momento o ano inteiro, era seu momento de glória, uma vez que o estado burguês, a quem serviu durante toda a vida, o discriminou pela sua cor, lhe privou de escola de qualidade e posto de trabalho digno. O levou a "malandragem" como forma de sobrevivência. Como compensação lhe foi oferecido o carnaval, o que ele aceitou como presente dos deuses. Macário faleceu sem contestar e foi enterrado com auxilio de amigos.
    Quando esperávamos que o governo lula fosse revolucionário, que libertasse o homem da escravidão assalariada, que concedesse direitos iguais a todo cidadão,  e que de fato tivesse um norte orientado para a democracia, ele não passou de um governo continuísta e revisionista. Continuista porque deu prosseguimento as obras da social democracia de FHC. Revisionista porque abriu mão dos princípios revolucionários, e fez aliança com as mais obscuras e reacionárias figuras do negro passado da nação burguesa. Foi uma decepção. Juntamente com uma camarilha formada por José Dirceu, José Genuíno e Dilma Rousseff, eles venderam as esperanças do trabalhador.
    Mais um carnaval se aproxima. Em vez de folia, o que a história tem a retratar em seu quadro, é um pranto de dor derramado pelo proletariado Brasileiro. A folia será uma cortina de fumaça, de uma falsa felicidade e democracia pelas ruas de todo pais. Outros Macários desfilarão na avenida no loco da ilusão, atuando no circo da burguesia, em troca de mimos e elogios. Serão dias de confraternização que tirarão da lembrança do trabalhador os  complicadores que afetam sua vida. Porém, sentirão no fim, as cinzas da tristeza. Das dividas que já superam mais de cinquenta por cento de toda a renda proletária. Do resultado do Enem que ficou no baixo nível de 474,2 para as escolas publicas. Do caos da saúde, que Figueredo já falava em resolver, onde mulheres ainda dão a luz no chão de corredores. Dos mais de quatro milhões de jovens que ficam sem universidade todos os anos. Com mais de sessenta por cento de analfabetos funcionais da população. Com uma rede de esgotos ineficiente que não ultrapassa  quarenta por cento  das residencias em todo o pais. Com a fatídica economia de exportação de matéria prima para a industria internacional e a importação de bens industrializados. Com um modelo politico ultrapassado onde se divide os poderes do Estado para satisfazer a grupos oligarcas. Um congresso que comete crime contra o erário público, e ele mesmo investiga, julga e absorve. O judiciário que faz de conta que condena, e um executivo que vive de negociatas com o empresariado. Um Estado cada vez mais repressor com uma policia assassina e corrupta. Enquanto isso Lula prepara sua volta para o continuísmo.
Simbolo de uma nova sociedade
    Este ano sera decisivo para a classe trabalhadora. Será um ano de transformação, com a construção de um novo modelo de luta no pais. Será um ano em que o processo revolucionário Brasileiro,  sairá do papel para as ruas. Um ano em que as contradições começarão a serem dirimidas. A construção dessa luta marcará o início de uma nova era. Com certeza Dima e a burguesia a que representa, não ira gostar de ver o exercito de milhões de trabalhadores organizados em cadência para o confronto final. Por esse motivo, o melhor que ela tem a fazer é resignar-se ao papel a que se propôs, junto a seus pares, e se apressar para pegar suas trinta moedas.
    Quanto a mim, certamente poderei ver e participar da construção da revolução proletária. Quero levar, mesmo que seja no bloco da solidão, o mais alto estandarte. Ainda que seja no ultimo andor.



domingo, 20 de janeiro de 2013

A LIBERDADE DO FUZIL

Mao tsé-Tung
Líder da revolulção chinesa
O SONHO NÃO ACABOU

   Eu poderia fazer diversas considerações sobre os mais variados complicadores, e contradições na vida do proletariado Brasileiro. Mas de fato não há considerações gerais a se fazer; além do atraso social, cultural, politico e econômico, que se desenrola na luta de classes dentro do sistema democrático burguês, em nossa sociedade. Quem desejar enxergar, poderá ver sem a necessitar de comentários adicionais.
    A burguesia nacional, que é parte do "ciclo simbiótico" da burguesia internacional, prega através de suas instituições: Estado, Igreja, Escola,  Imprensa, Associações..., a paz entre classes. Ela ignora o profundo abismo de antagonismo que entre elas existe. Por outro lado, só para se garantir, arma as suas instituições repressivas como guardas municipais, policias estaduais e federais, forças nacionais, e exércitos. Tudo isso em nome da ordem pública e para a manutenção da "pax"*. A tal ordem,  deveria ser fruto da livre consciência de uma sociedade desenvolvida e igualitária. Satisfeita em suas necessidades substantivas, e não da força  imposta por uma ordem de classe, a base da baioneta, à outra.
   O que podemos ver na verdade é uma ideologia fundamentada na opressão e repressão, para a constituição e manutenção do poder. A dialética histórica ensina que a formação de toda sociedade burguesa foi pautada pela força, e é por esse motivo oculto, enquanto informação, que se mantém sob a mira do fuzil, o status quo da malfadada e frágil democracia burguesa. Haja visto a necessidade de constante reiteração em público, por parte dos representantes políticos da classe dominante, de que vivemos em uma "plenus democratia". Se esta condição fosse verídica, não necessitaria de constantes sui affirmatio.
    O fuzil é nas mãos do trabalhador, a peça chave para sua liberdade. Ele é a negação da violência; enquanto violência na luta de classes. Porém nas mãos do estado burguês, é a negação da liberdade e da paz, dentro do quadro antagônico entre as duas classes. Para coibir essa expressão do pensamento proletário, a imprensa burguesa promove uma alienação em massa, condenando o uso da força, e do apoio à luta armada. Enquanto isso, faz mea culpa em suas criticas não contundentes ao sistema de opressão estatal.  Esse jogo na disputa da consciência do trabalhador,  se da unicamente para manter a estabilidade do poder em suas instituições, que devem sempre estar acima da critica, ou sofrer criticas parciais.
     Ao se abstrair da conjuntura, a consciência pode enxergar claramente o principio dessa negação e suas dimensões. A critica proletária e importante no processo de transição sistêmica, porém facilmente superada pelo confronto direto. "Pois a arma da critica não pode suplantar a critica das armas".(Hegel-Karl Marx)
    Analisando a constituição do universo, observamos que tudo se mantem pela força. Toda uma ordem universal, galáctea e planetária, obedecem a uma figura maior, de superior envergadura, proveniente do movimento dialético de sua constituição. Imaginemos a força necessária para manter a terra em orbita, e a força utilizada pela terra par a manter os mares, o vento, os homens plantas e animais em seu ciclo de vida. Assim, a força exerce sobre a existência um poder supremo e dominante. No entanto sabemos que onde há força há resistência. Nesse principio dialético dos contrários, um exercerá supremacia sore o outro. Nessa linha de pensamento, uma nação mais armada sempre exercera domínio sobre a outra, sobre sua economia, politica e cultura. Um exemplo disso é o poder da Rússia, dos Estados Unidos, e da china. Da mesma forma, uma classe mais organizada, mais forte, exercerá domínio sobre a outra. Assim é a relação da burguesia para com o proletariado. Essa força se dá principalmente pela supremacia das armas que essa classe dominante possui. Além de seu sistema politico-parlamentar, com adornos de democracia, antiquado e repressor 
    O preço da liberdade é alto. Ela passa pelo rompimento de velhas culturas de domínio intelectual, emocional e religiosos. E para combater um fuzil, só a critica de outro fuzil, concederá igualdade na luta. Por esse motivo, este norte do embate proletária precisa ser levado a cabo, a fim de que os grilhões da miséria, da fome, do atraso intelectual e da escravidão assalariada sejam rompidos. Ele passa por uma luta sangrenta na conquista do poder pela força. O mesmo fuzil que mata, liberta e traz à vida a uma  geração altaneira em sua consciência, e plena em liberdade. Em uma nova forma de democracia.
Trabalhadores em armas contra
a desigualdade social
     Mao tsé-Tung, líder da revolução proletária chinesa, revelou que o trabalhador só poderá encontrar a paz ansiada, através da luta armada; apesar de não deseja-la. "Somos a favor da abolição da guerra, não queremos a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra. `Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar o fuzil.", Ele quis dizer, que na luta dos contrários, com a vitoria do proletariado e a constituição da liberdade substantiva, não haverá mais necessidade do uso da força para manter a orbita social em constante desenvolvimento. Apenas o uso da dialética se fará necessário, pois as contradições para uma existência pacifica se terão dirimido. Surgindo assim as condições adequadas para uma nova estrutura social, livre e superior!. A citar: Cuba e Coréia do Norte.
*PAX: é o longo período de relativa paz, gerada pelas armas e pelo autoritarismo. (wikipedia)

domingo, 13 de janeiro de 2013

A MENINA DO PERIQUITO COR-DE-ROSA

Adam Smith o pai do
liberalismo econômico
  O FRUTO DE UMA IDEOLOGIA

 Para quem bem viveu, sabe que existe fatos transitórios e outros marcantes. Dentre eles, o que mais choca é o quadro doloroso fincado na parede do objeto social simbolizando a pobreza. 
   A negação da liberdade substantiva, fere o inalienável direito a uma decente vida humana. Julgar que o esforço individual concederá a cada homem o tão sonhado bem estar social, é pura arrogância ideológica. Se este princípio tivesse algum fundo de verdade, bastaria então o trabalhador continuar com seu esforço cotidiano de oito a doze horas de trabalho, dentro do processo de produção e distribuição  capitalista, para que pudesse ter acesso a já citada liberdade.
   Porém, o que vemos é um profundo antagonismo dessa linha de pensamento entre produção e     distribuição. Quanto maior é a quantidade bens produzido, menor é a parcela distribuída, percentualmente falando. E quanto maior é a produção, maior se torna o acumulo e a centralização da riqueza, diminuindo vertiginosamente assim, a possibilidade de novos espaços dentro dessa linha de pensamento.
   Não estou querendo aqui me colocar como um pessimista, apenas estou considerando uma linha de raciocínio cientificamente comprovada, e politicamente negada. O interesse de classe tenta mostrar que o esforço pessoal dentro do sistema, pode levar o homem a ser bem sucedido. No entanto ele nega que os espaços a serem preenchidos, são limitados, e não há realmente, lugar ao sol para todos.
   Imaginemos colocar dez ratos famintos dentro de um ambiente fechado e jogar no meio deles três pedaços de queijo. O resultado é previsível. Os mais fortes serão alimentados sob a pena de morte dos mais fracos. É exatamente esta filosofia que o capital emprega. Para disfarçar seus intentos, ele apela para a alienação. Os jovens crescem cientes de que conseguirão seu pedaço de queijo caso se tornem fortes. A igreja, a Escola, a Imprensa, são os principais mecanismos dessa alienação. São ensinados subliminarmente que  necessitam ser individualistas, egoístas, presunçosos e prepotentes. Não podem confiar nem acreditar em ninguém. Devem seguir incontinentes seu rumo ao sucesso!
   A alienação sistêmica, esconde o fato de que as estatísticas apontam, que apenas trinta por cento dos esforçados conquistarão os espaços dignos da sociedade - não estou me referindo ao topo do sistema, apenas aos espaços reservados para os serviçais de primeira linha-, os outro sete jovens sangrarão até a morte social, educacional, espiritual, emocional, cultural, e financeira. Se tornarão os fracassados. Seres humanos de segunda terceira ou quarta categoria. 
Fruto da filosofia de
Adam Smith 
   A depressão é tão profunda aos homens que fracassaram nesse jogo competitivo, que chegam a renunciar a sua própria existência enquanto ser humano e tendem a se tornarem literalmente animais. Perdem completamente a força vital do seu emocional, e acabam mesmo aceitando que não são "ninguém". Esse produto do sistema torna-se uma doença para o estado e a sociedade. De um lado, os formadores de opinião tentam esconder a verdadeira causa e efeito, acusando o próprio individuo de sua incapacidade de sucesso, do outro, a própria sociedade alienada sente nojo desse produto asqueroso e cancerígeno, passando ao largo sem dar atenção, como para que não seja também contaminada. 
   Um fato marcante e não transitório, me aconteceu nas ruas de Porto Velho, Rondônia. Uma família deitada numa calçada de uma rua as escondidas, dormindo. Não da pra esquecer aquela menina acordada que me olhava enquanto eu passava, como que me perguntando o por que; do que não conseguia entender. O que  por certo eu também não saberia explicar. Só não consigo esquecer o seu rosto de fome angelical, e que segurava em sua mão direita uma gaiola, com um periquito cor-de-rosa.