Escolhemos o caminho da luta ao da conciliação (vladimir llyitch uliánov lenin)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O DEMOCRATISMO CONCILIATÓRIO E OS PRESIDENCIAVEIS

  





  Assistimos no último dia cinco de Agosto, quinta feira, na rede bandeirante de televisão, o debate dos candidatos à presidência da república burguesa.
  Pudemos observar quatro correntes de interesses entre os  candidatos. Uma corrente de direita, e duas de centro. Sendo as duas de centro, uma continuísta e outra conciliadora, bem como uma última corrente de esquerda não revolucionária. 
  Mim parece que no debate, a "democracia" esqueceu de respeitar o livre direito dos demais candidatos, de expressarem suas propostas, pois não foram convidados. Bom, queixas à parte, vimos na maior democracia burguesa da América Latina, que as mudanças estão muito mais longe de acontecer do que se pensa. O continuísmo demonstrou ser a ordem do dia. 
  José Serra do PSDB, declaradamente de direita, teceu elogios a política do sociólogo Fernando Henrique, e frisou que o atual governo de fato é a continuação aprimorada do seu antecessor. foi feliz em sua declaração. E frisou que irá dar continuidade e aprimorar os programas já existentes.
  Dilma Rousseff do PT , perdida num emaranhado de posições, visivelmente nervosa, marcou posição na imagem do Presidente Lula, colocando de escanteio sua própria imagem como futura presidenta.Tanto a Dilma como o Serra, demonstraram fraqueza em não apresentarem propostas de cunho pessoal, subjetivo, como é de praxe no sistema de representação política da democracia burguesa. Preferiram se espelhar em seus antecessores.
   Marina Silva permaneceu entre a cruz e a espada. Diante da pressão de Plinio, não sabia se criticava ou  elogiava, parecia não querer ofender os trabalhadores com suas propostas de defesa do capital, buscou firmar uma posição de esquerda, mais falhou na sua tentativa. Acabou fazendo  propostas incoerentes, e defendendo o capital que mantém seu partido, o PV, que é uma copia da falida Social Democracia Alemã.  
   Plínio de Arruda, do PSOL, foi o mais coerente, marcou posição e fez critica pontuada a exploração humana, porém colocou propostas vazias, não chamou o trabalhador para o desafio da queda do sistema.
   O que devemos considerar de fato, são os princípios científicos da liberdade humana. Esse é o propósito pela qual o trabalhador elege seus representantes, para manter um sistema que lhes traga garantias de subsistência humana digna, lhes traga desenvolvimento cientifico para melhorar a vida do coletivo social. No entanto o que vimos foi uma negação da contradição da luta de classes, do fim da propriedade privada, da mais-valia.
  Toda  a pauta foi cuidadosamente montada para não entrar em um tema controvérso, contraditório, a mudança de sistema. As quatro correntes se abstiveram de sugerir mudanças radicais, revolucionárias, o debate permeou o amiguismo, a conciliação, afinal a sociedade não quer ver brigas e sim propostas, a fim de que o mercado não entre em colapso, é o que apregoa os formadores de opinião. O problema é que não houve brigas e muito menos propostas de interesse da classe trabalhadora.. Ninguém disse que elevaria o salario minimo para R$ 2.011,00 que segundo o DIEESE, seria o minimo para a sobrevivência do trabalhador.  Ninguém falou do fim da propriedade privada, pelo direito de posse. Afinal, pra que o homem quer ter direito privado a propriedade que ficará milhões de anos ali, enquanto ele viverá em média setenta anos. Então, parece que o ideal é que ele tenha a posse enquanto viver. Depois que ele se for, que a posse seja do próximo que necessitar. Isso parece que seria o mais coerente. No entanto os quatro candidatos fugiram do tema, ou melhor, nem sequer entraram nele. Mais isso é compreensível, afinal o mercado estava de olho neles, o capital internacional e o Tio San, os grandes empresários do país, e qualquer vacilo, as verbas de campanha podem ser redirecionadas para o candidato que melhor agradar e subir nas pesquisas.. Parece que a ética política recomenda não constranger os visitantes ou financiadores. O tema da propriedade privada é a base do sistema de exploração humana e o sustentáculo do capital. 
   Não precisamos ficar cogitando quem será o vencedor em um jogo de cartas marcadas. Parece que os interesses obscurantistas, já definiram entre a primeira e a segunda corrente política, só que dentre as duas, eu de fato não sei qual é a mais perigosa, a da extrema direita, representada pelo senhor José Serra, ou a segunda de centro, representada pela senhora Dilma Rousseff. 
   Bom, para o trabalhador não fará muita diferença, pois qualquer que seja o vencedor, governará para a burguesia e manterá o proletariado dentro do assistêncialismo. Quanto ao capital, ficará ao lado do vencedor.                   
   Já o mediador do chamado debate político, o respeitado jornalista Ricardo Boechat, foi infeliz ao  encerrar o bate papo frisando que foi uma debate democrático. Penso que entre a democracia e o democratismo há uma longa distância.